Os aneurismas da artéria esplénica são raros, mas constituem cerca de 60% de todos os aneurismas arteriais viscerais. A grande maioria dos doentes (80%) é assintomática sendo o diagnóstico realizado através de um achado em exames de imagem. O risco de rotura estimado é de 3% a 10%, com uma taxa de mortalidade associada à rotura de 25 a 70%. Critérios para tratamento eletivo incluem aneurismas sintomáticos, aneurismas com dimensões superiores a 20 mm ou com o aumento rápido do diâmetro. Adicionalmente, aneurismas diagnosticados em pacientes com hipertensão portal ou mulheres em idade fértil também têm indicação para tratamento, independentemente do diâmetro. O tratamento endovascular é a primeira linha em doentes com aneurismas da artéria esplenica, e inclui várias opções, como embolização com coils, oclusão com recurso a balões destacáveis e colocação de endoprótese vascular. Esta última é mais adequada para aneurismas localizados proximalmente e sua principal vantagem consiste no potencial para preser- var o fluxo arterial esplénico e a função esplénica. É de salientar que a colocação de endoprótese para o tratamento de aneurismas da artéria esplénica está pouco descri- ta na literatura, consistindo sobretudo em pequenas séries de casos, todas com menos de 10 doentes. Trata-se de um procedimento que pode ser tecnicamente desafiante devido à tortuosidade da artéria esplênica. Não há resultados de follow-up a longo prazo na literatura. Neste artigo descrevemos dois casos de reparação de aneurisma da artéria utilizando stent grafts, com um follow-up máximo de 8 anos. Atingiu-se sucesso técnico em ambos os casos, sem crescimento pós-procedimento, endoleak, kink- ing, migração, re-intervenções ou outras complicações. Como conclusão, os dados na literatura sobre o uso de stents recobertos em aneurismas da artéria esplénica são escas- sos. Os resultados destes dois casos no nosso centro são encorajadores com um período de seguimento excecional
Splenic artery aneurysms are rare, but constitute nearly 60% of all visceral arterial aneurysms. Most patients (80%) are asymptomatic and diagnosed incidentally. Rupture risk is estimated in 3%-10%, with a mortality rate of 25-70%. Elective treatment criteria include symptomatic patients, aneurysms larger than 2 cm in diameter or with rapid enlarge- ment and aneurysms of any size diagnosed in patients with portal hypertension or women of childbearing age; Endovascular treatment is first line of treatment in patients with splenic artery aneurysms, and include several options such as coil embolization, detachable balloon occlusion and stent graft placement. The latter is more suitable for proxi- mally located aneurysms and its main advantage is the potential to preserve splenic blood flow and splenic function. It is noteworthy that stent graft placement to treat splenic artery aneurysms is rarely described in the literature with the largest series having 10 cases, and can be technically challenging due to splenic artery tortuosity. There are no long term results in the literature. In this paper we describe two cases of splenic artery aneurysm repair using stent grafts, with a maximum follow-up of 8 years. We achieved technical success in both cases, with no post-procedure growth, endoleak, kinking, migration re-interven- tion or other complications. As a conclusion, there is paucity of data on the use of stent grafts in splenic artery aneurysms, however our single center small series results are encouraging with a considerable follow-up period.