Resumo O látex obtido de Hancornia speciosa é amplamente utilizado na medicina popular para tratar uma variedade de doenças, tais como: diarreia, úlcera, gastrite, tuberculose, acne e verrugas. Nesse estudo, foram avaliados os efeitos citotóxicos e genotóxicos do látex de H. speciosa sobre as células meristemáticas das raízes de Allium cepa. Os bulbos das cebolas foram expostos a diferentes concentrações de látex e depois submetidos à analise microscópica usando o corante Giemsa. A água foi usada como controle negativo e a ázida sódica como controle positivo. Os resultados mostraram que o índice mitótico (IM) das raízes de cebola submetidas ao tratamento com látex, nas condições testadas, não diferiram significativamente do controle negativo, e sugerem que o látex não é citotóxico. Também foi observada uma baixa incidência de aberrações cromossômicas nas células tratadas com látex de H. speciosa, o que sugere que o látex também não possui efeito genotóxico. O IM e a frequência de aberrações cromossômicas foram dependentes da concentração de látex. Outros estudos devem ser realizados para avaliar o efeito da dose na genotoxidade. Os resultados indicam que o látex de mangabeira, nas concentrações testadas, provavelmente não é danoso para saúde humana e pode ter potencial para ser usado na medicina.
Abstract The latex obtained from Hancornia speciosa Gomes (Mangabeira tree) is widely used in traditional medicine to treat a variety of diseases, including diarrhea, ulcer, gastritis, tuberculosis, acne and warts. In this study, the cytotoxicity and genotoxicity effects of H. speciosa latex on the root meristem cells of Allium cepa were examined. Onion bulbs were exposed to different concentrations of latex and then submitted to microscopic analysis using Giemsa stain. Water was used as a negative control and sodium azide as a positive control. The results showed that, under the testing conditions, the mitotic index (MI) of the onion roots submitted to latex treatment did not differ significantly from the negative control, which suggests that the latex is not cytotoxic. Low incidence of chromosome aberrations in the cells treated with H. speciosa latex was also observed, indicating that the latex does not have genotoxic effect either. The MI and the chromosome aberration frequency responded to the latex concentration, requiring more studies to evaluate the dosage effect on genotoxicity. The results indicate that in tested concentrations H. speciosa latex is probably not harmful to human health and may be potentially used in medicine.