Este trabalho teve por objetivo avaliar a toxicidade diferencial de agroquímicos a populações de ácaros das espécies Neoseiulus californicus (McGregor) e Tetranychus urticae Koch coletadas de cultivos comerciais de morangueiro (Fragaria sp.) em Atibaia, SP. No teste de toxicidade aguda, fêmeas adultas de N. californicus foram tratadas através de pulverização direta utilizando torre de Potter. O ácaro predador N. californicus mostrou tolerância igual ou superior a T. urticae a diversos produtos, em condições de laboratório. A maior diferença foi observada para o acaricida propargite, para o qual o ácaro predador mostrou-se 25,1 vezes mais tolerante que o ácaro rajado. Este fitoseídeo também se mostrou 4,7; 2,9 e 2,5 vezes mais tolerante que o ácaro rajado, a clorfenapir, fempiroximate e ciexatim, respectivamente. No teste de toxicidade residual de agroquímicos, a pulverização foi realizada em canteiros de morango. Foram coletados folíolos em diferentes períodos após a aplicação e infestados artificialmente com fêmeas adultas de N. californicus. As avaliações de mortalidade foram realizadas 48h ou 72h após a infestação. Fempiroximate, fempropatrim, dimetoato, propargite, enxofre e benomil mostraram-se inócuos a N. californicus. Clorfenapir, ciexatim e abamectim foram significativamente prejudiciais ao ácaro predador causando mortalidades iniciais entre 37,5% e 57,5%. A utilização de ácaros predadores como desta população de N. californicus, que apresenta baixa suscetibilidade a diversos agroquímicos, poderia ser muito útil em programas de manejo de T. urticae em morangueiro no Brasil
This work aimed to evaluate the differential toxicity of pesticides to populations of the mite species Neoseiulus californicus (McGregor) and Tetranychus urticae Koch collected from commercial crops of strawberry (Fragaria sp.) in Atibaia county, State of São Paulo, Brazil. In the test of acute toxicity of pesticides, adult females of N. californicus received the pesticide treatment under Potter spray tower. The predaceous mite N. californicus showed the same or higher tolerance than T. urticae to various pesticides in laboratory. The highest difference was observed to the acaricide propargite, for which the predaceous mite was 25.1 times more tolerant than the two-spotted spider mite. This phytoseiid was also 4.7, 2.9 and 2.5 times more tolerant than T. urticae to chlorfenapyr, fenpyroximate, and cyhexatin, respectively. In the test of residual toxicity of pesticides, the chemicals were sprayed on plants of strawberry in the field. Leaves were collected after different periods from the treatment and artificially infested with adult females of N. californicus. The mortality was assessed 48h or 72h after treatment. Fenpyroximate, fenpropathrin, dimethoate, propargite, sulphur, and benomyl were innocuous to N. californicus. Chlorfenapyr, cyhexatin, and abamectin were significantly harmful to the predaceous mite causing initial mortality rates between 37.5% and 57.5%. The use of predaceous mites like of this population of N. californicus, which presents low susceptibility to various pesticides can be very useful for programs of management of T. urticae on strawberry in Brazil.