O uso de cama representa uma alternativa de baixo custo para a criação de suínos em crescimento e em terminação, promovendo redução do acúmulo de dejetos, embora o conforto térmico dos animais possa ser prejudicado pelo calor produzido no interior da cama. Este estudo compara os parâmetros ambientais e o desempenho de crescimento de suínos em sistemas de criação sobre cama, com profundidades distintas, e sobre piso concreto. O experimento foi realizado em uma região de clima temperado na região Sul do Brasil, comparando três tratamentos: cama de casca de arroz com 0,5m (T1), com 0,25m de profundidade (T2) e piso de concreto (T3). A primeira cama foi usada em dois lotes de animais e foi substituída por uma segunda, usada em outros dois lotes, compreendendo 52 semanas. Cada lote foi constituído por cinco animais criados dos 60 aos 145 dias de idade, em uma baia de 7m². Os seguintes parâmetros ambientais foram medidos semanalmente: temperatura ambiente, umidade relativa e temperatura no centro da baia, na superfície (TSF) e na metade da profundidade da cama (TMP), apenas em T1 e T2. O consumo de ração e o peso dos animais foram aferidos a cada quatro semanas. A temperatura ambiente e a umidade relativa não foram influenciadas pelos tratamentos (P>0,05). A TSF média foi de 22,8±3,6°C, sendo menor no T3 (P<0,05), mas sem diferir entre T1 e T2 (P>0,05). A TSF foi mais alta nas camas novas do que nas usadas (P<0,001) e nas primeiras camas em comparação com as segundas (P=0,03), aparentemente sendo mais alta nos lotes criados durante as fases termofílicas. A TMP média foi de 33,8 ± 10,8°C, sendo mais alta no T1 do que no T2 (P<0,05). A TMP também foi mais alta nas camas novas do que nas usadas (P<0,001) e nas primeiras camas em comparação com as segundas (P<0,05). Nenhum dos parâmetros de crescimento diferiu entre os tratamentos (P<0,05). Ainda que possam ocorrer condições de conforto térmico desfavoráveis aos animais, principalmente sob temperaturas mais elevadas, o sistema de criação sobre cama pode ser usado nos setores de crescimento e terminação sem prejuízo para o desempenho de crescimento.
Deep litter systems represent low cost alternatives to raise growing-finishing pigs, reducing slurry accumulation, although pig's thermal comfort may be negatively affected by the heat produced inside the litter. This study compared environmental and performance parameters for growing-finishing pigs raised on deep litter systems having distinct depths and on solid floor. The experiment was conducted in a region of temperate climate of Brazil, comparing three treatments: litter having rice husk 0.5m (T1); and 0.25m deep (T2); and solid concrete floor (T3). The first litter was used in two lots and replaced by a second litter used in other two lots, during 52 weeks. Each lot included five pigs in a 7m² pen, from 60 to 145 d of age. Environmental parameters were determined at weekly intervals, including: atmospheric temperature; relative humidity; temperature at the center of the pen, in the surface (TSF); and at half of the depth (THD), only for T1 and T2. Feed consumption and weight of pigs were measured every four weeks. Atmospheric temperature and relative humidity were not influenced by the treatments (P>0.05). Mean TSF was 22.8 ± 3.6°C, being lower for T3 (P<0.05), but with no difference between T1 and T2 (P>0.05). TSF was higher for new than for used litters (P<0.001) and for the first than for the second litter (P=0.03), apparently increasing in lots raised during termophilic phases. Mean THD was 33.8±10.8°C, being higher for T1 than for T2 (P<0.05). THD was also higher for new than for used litters (P<0.001) and for the first than for the second litters (P<0.05). No growth performance parameter differed across treatments (P>0.05). Despite the potential unfavorable thermal comfort under high temperatures, deep litter systems can be used to raise pigs in the growing-finishing phases due to the absence of negative effects for growth performance.