OBJETIVO: Avaliar o desejo de pacientes serem informados sobre diagnóstico de doenças graves, de informação às suas famílias e de participação nas decisões terapêuticas. MÉTODOS: 363 pessoas atendidas no ambulatório ou internadas na enfermaria de um serviço universitário de Clínica Geral foram entrevistadas. O questionário continha perguntas sobre desejo de ser informado e de que familiares também fossem informados em casos de diagnósticos de câncer e síndrome da imunodeficiência adquirida (Aids) e de ser informado e participar de decisões terapêuticas em caso de tumores abdominais. RESULTADOS: Homens (96,1%) e mulheres (92,6%) mostraram desejo de serem informados do diagnóstico de câncer e 87,7% dos homens e 84,2% das mulheres desejaram que sua família também fosse informada; 94,2% dos homens e 91% das mulheres afirmaram querer saber do diagnóstico de Aids. Enquanto 86% das mulheres e 76,6% dos homens mostraram desejo de serem informados das opções terapêuticas em caso de tumor abdominal, apenas 58,5% das mulheres e 39,6% dos homens desejaram opinar sobre o tratamento. O desejo de participar das decisões terapêuticas foi menor nos homens, nas pessoas com mais de 60 anos e em quem estava internado (p<0.05). CONCLUSÕES: A grande maioria da população que procura um hospital universitário deseja ser informada sobre suas condições de saúde, incluindo eventuais diagnósticos de doenças graves. Por outro lado, existem vínculos familiares intensos, sendo que os pacientes desejam, também, que suas famílias sejam informadas.
BACKGROUND: The purpose of our study was to evaluate the desire of the patients on being informed about diagnosis of severe diseases, the desire to have their families informed about this situation and to participate in therapeutic decisions. METHODS: 363 patients (outpatients and inpatients) of a General Internal Medicine division of a University Hospital were interviewed. The questionnaire contained specific questions on their desire to be informed of the diagnosis in case of cancer or AIDS and on their desire to have their families informed as well. Specific questions on whether they wanted to be informed of and participate of the therapeutic discussion process in case of abdominal tumors were also included. RESULTS: 96.1% of men and 92.6% of women showed the desire of being informed in case of cancer diagnosis and 87.7% of men and 84.2% of women wanted to have their families informed; 94.2% of men and 91% of women wanted to know the diagnosis of AIDS. While 86% of women and 76.6% of men wanted be informed in the case of a diagnosis of an abdominal tumor, only 58.5% of women and 39.6% of men wanted to give their opinion about in the case of different therapeutic alternatives. The desire to participate in therapeutic decisions was significantly lower (p<0.05) in men, people older than 60 years and inpatients. CONCLUSIONS: Our results showed that the great majority of the population that seeks for medical support in a Brazilian university hospital wishes to be informed on this health condition, even in case of serious illness. In addition, there are intense familiar bonds that make patients want to have their families also informed.