INTRODUÇÃO: O tratamento híbrido das lesões complexas da aorta torácica (LCAT) requer a revascularização de uma ou mais artérias supra-aórticas, seguida do implante de endoprótese, com morbidade e mortalidade presumidamente mais baixas que a cirurgia convencional. OBJETIVOS: Avaliar a técnica e resultados do tratamento híbrido das LCAT. MÉTODOS: Durante dois anos, 12 pacientes com LCAT foram submetidos a procedimentos híbridos, incluindo aneurismas do arco aórtico e dissecções aórticas agudas Stanford A e B. Todos possuíam indicação de tratamento invasivo, além de zona de ancoragem proximal inadequada (menor que 20 mm). Metade era do sexo masculino e a média de idade de 55,5 anos (42 a 78). Pelo menos três fatores de risco cardiovascular estavam presentes em 75% dos pacientes. A média de seguimento foi de 10,9 meses (2 a 25), com acompanhamento clínico e tomográfico. RESULTADOS: O sucesso técnico inicial foi alcançado em 10 pacientes. Todas as derivações dos vasos supra-aórticos foram realizadas em ambiente cirúrgico e os procedimentos endovasculares em sala de radiologia vascular. A "técnica do varal" foi empregada em seis casos. Dois óbitos ocorreram nos primeiros 30 dias do procedimento. Nenhuma migração da endoprótese foi observada. Nenhum paciente apresentou paraplegia, acidente vascular cerebral, insuficiência renal, hemorragia ou coagulopatia, conversão cirúrgica eletiva ou de emergência. CONCLUSÃO: O tratamento híbrido das LCAT é viável, especialmente em pacientes de alto risco. Uma adequada integração das técnicas cirúrgica e endovascular, além do acompanhamento clínico e radiológico adequado, tornam esta técnica uma ótima opção à cirurgia convencional.
BACKGROUND: Hybrid procedures for the treatment of complex thoracic aortic diseases (CTAD) require the revascularization of one or more supra-aortic arteries, followed by the deployment of one or more aortic endoprosthesis, with lower morbidity and mortality compared to conventional surgery. OBJECTIVES: To evaluate the technique and results of hybrid procedures for CTAD. METHODS: During two years, 12 patients with CTAD underwent hybrid procedures, including aortic arch aneurysms and acute Stanford A and B aortic dissections. All patients had formal indications to invasive treatment, and inadequate proximal landing zone (less than 20 mm). Half were male and the mean age was 55.5 years (42 to 78). At least three cardiovascular risk factors were present in 75% of patients. The average follow-up was 10.9 months (2 to 25), with periodic consultations and CT scans. RESULTS: The initial technical success was achieved in 10 patients. Bypasses of supra-aortic vessels were performed in a surgical environment and endovascular procedures in an interventional radiology facility. "Through-and-through" technique was used in six patients. Two deaths occurred in the first 30 days after the procedure. No endoprosthesis migration was observed. No patient had paraplegia, stroke, renal failure, bleeding or coagulopathy, elective or emergency surgical conversion. CONCLUSION: Hybrid treatment of CTAD is feasible, especially in high risk patients. Proper integration of surgical and endovascular techniques, in addition to clinical and radiological surveillance, makes this technique a great alternative to conventional surgery.