Este estudo avaliou, in vitro, o potencial erosivo de medicamentos líquidos pediátricos em esmalte de dentes decíduos, em função do tempo de exposição. Sessenta incisivos decíduos foram divididos aleatoriamente em 4 grupos (n=15), de acordo com a solução de imersão: guaifenesina, sulfato ferroso, sulfato de salbutamol e saliva artificial. Os ciclos de imersão nos medicamentos foram realizados sob agitação por 1 min, três vezes ao dia, durante 28 dias. As medidas de microdureza superficial foram realizadas após 7, 14, 21 e 28 dias. A acidez titulável e capacidade tampão dos meios de imersão foram determinadas. Os dados foram submetidos à Análise de Variância e teste de Tukey (α=0,05). O sulfato de salbutamol causou uma perda gradual na microdureza do esmalte decíduo, em todos os tempos verificados (p<0,005). A exposição à guaifenesina ou ao sulfato ferroso levou à diminuição significante da microdureza do esmalte, apenas após 28 dias (p<0,005). No grupo controle (saliva artificial) não houve alteração (p>0,005) da microdureza em nenhum dos tempos estudados. As imagens de microscopia eletrônica de varredura (MEV) revelaram que após 28 dias, as superfícies expostas aos medicamentos apresentaram perda estrutural, diferindo dos que foram imersos em saliva artificial. A erosão do esmalte decíduo foi dependente do tipo de medicamento e do tempo de exposição.
This study evaluated, in vitro, the erosive potential of pediatric liquid medicines in primary tooth enamel, depending on the exposure time. Sixty deciduous incisors were randomly assigned to 4 groups (n=15), according to the immersion solutions: guaifenesin; ferrous sulfate; salbutamol sulfate and artificial saliva. The immersion cycles in the medicines were undertaken under a 1-min agitation, which wasperformed three times daily, during 28 days. Surface microhardness was measured at 7,14, 21 and 28 days. The titratable acidity and buffering capacity of the immersion media were determined. Data were analyzed by Analysis of Variance and Tukey's test (α=0.05). Salbutamol sulfate caused a gradual loss in enamel microhardness deciduous, observed at all times (p<0.005). Exposure to guaifenesin or ferrous sulfate resulted in significant decrease of enamel microhardness only after 28 days (p<0.005). In the control group (artificial saliva), microhardness did not changed (p>0.005) at any of the studied times. Scanning Electron Microscopy (SEM) images revealed that after 28 days the surfaces clearly exhibited structural loss, which was unlike those immersed in artificial saliva. Erosion of deciduous enamel was dependent on the type of medicine and exposure time.