A economia solidária expandiu e ganhou reconhecimento público e acadêmico, nas últimas décadas. Multiplicaram-se visões, definições e enfoques, gerando uma polissemia conceitual e interpretações diversas a respeito. O presente artigo examina essas questões, a partir das estatísticas nacionais sobre a economia solidária. Destaca o seu valor metodológico e as explora sob vários prismas, em particular quanto à origem e ao sentido das experiências solidárias, do ponto de vista de seus integrantes, seus itinerários de trabalho e suas aspirações. Mediante uma análise retrospectiva dos últimos dados nacionais, de 2013, situa a economia solidária como um desdobramento de trajetórias que predispuseram certas categorias sociais à opção por formas coletivas de organização socioeconômica. Esse fato explica a heterogeneidade estrutural dessas práticas, a impropriedade de tratá-las como uma unidade empírica em si, e a conveniência de buscar em características latentes as suas lógicas instituintes.
Solidarity economy has expanded and gained public and academic recognition in recent decades, which means that views, definitions and approaches have multiplied, generating a conceptual polysemy and diverse interpretations about it. This paper examines these issues taking into consideration national statistics on the solidarity economy. It highlights their methodological value and explores them from various perspectives, in particular as to the origin and meaning of solidarity experiences, from the point of view of their members, their work itineraries and their aspirations. Through a retrospective analysis of the latest national data from 2013, the solidarity economy enables specific social categories to the option of collective forms of socio-economic organization. This fact explains the structural heterogeneity of these practices, the impropriety of treating them as an empirical unit in itself, and the desirability of seeking in their latent features their instituting logics.
L’économie solidaire s’est développée et a acquis une reconnaissance publique et académique au cours des dernières décennies. Les points de vue, les définitions et les approches se multiplient, générant une polysémie conceptuelle et diverses interprétations à ce sujet. Cet article examine ces questions à partir de statistiques nationales sur l’économie solidaire. Il met en avant leur valeur méthodologique et les explore sous divers aspects, en particulier quant à l’origine et le sens des expériences de solidarité, du point de vue de ses membres, de leurs parcours professionnel et de leurs aspirations. À partir d’une analyse rétrospective des dernières données nationales, de 2013, nous situons l’économie solidaire comme un dédoublement de trajectoires qui ont prédisposé certaines catégories sociales à l’option envers des formes collectives d’organisation socio-économique. Ce fait explique l’hétérogénéité structurelle de ces pratiques, l’inconvenance de les traiter comme une unité empirique en elle-même, et la commodité de recherche, dans des caractéristiques latentes, ses logiques instituantes.