RESUMO: Neste trabalho, eu me pergunto como o conhecimento clínico e experimental foi espacialmente organizado no México no final do século XIX. A historiografia toma os laboratórios como espaços distintos e exclusivos dos hospitais; considera-se que a clínica não é equivalente à experimentação. Ao longo do século 19, o Hospital San Andrés foi o lugar onde os estudantes da Escola de Medicina praticaram e aprenderam anatomia clínica e patológica. Foi ali mesmo que, em colaboração com o Instituto Médico Nacional, foram abertos espaços para experimentação e análise clínica. Neste caso, me concentro nesses espaços híbridos de experimentação e terapia, laboratórios não canônicos, atualmente não estudados. Analiso como o território do patológico, localizado no corpo, se multiplica nestes espaços heterópicos, ocupados por práticas clínicas regidas pelas emergências de dor, mas atravessadas pela economia produtivista imposta pela experimentação. Práticas e ritmos que produzem, nos mesmos lugares, diferentes conhecimentos sobre as patologias dos mexicanos; nenhum se revela mais eficiente do que o outro. Mas, se os observarmos de onde eles se estabeleceram, Cidade do México, é visível que este conhecimento, clínico e experimental, entrincheirado em suas instituições, serviu a interesses políticos de ordem, higiene e contenção. Dos hospitais e laboratórios, a Escola de Medicina educou para controlar uma cidade que crescia em desordem; cercada por epidemias; uma sociedade que procurava fazer da pesquisa uma ferramenta para o desenvolvimento, a ordem e a cura.
ABSTRACT: 2 In this essay I ask how clinical and experimental knowledge was spatially organized in Mexico at the end of the 19th century. The historiography takes laboratories as spaces distinct and exclusive from hospitals; it is considered that the clinic is not equivalent to experimentation. Throughout the 19th century, the Hospital de San Andrés was the place where students of the School of Medicine practiced and learned clinical and pathological anatomy. But it was also there that spaces were opened for experimentation and clinical analysis, in collaboration with the National Medical Institute. Here I focus on those hybrid spaces of experimentation and therapeutics, non-canonical laboratories, currently unstudied. I analyze how the territory of the pathological, located in the body, multiplies in these heteropic spaces, occupied by clinical practices governed by the urgencies of pain, but crossed by the productivist economy that imposes experimentation. Practices and rhythms that produce, in the same places, different knowledge about the pathologies of Mexicans; none of them proves to be more efficient than the other. But, if we observe them from where they settled, Mexico City, it is visible that this knowledge, clinical and experimental, entrenched in their institutions, served political interests of order, hygiene and containment. From the hospitals and laboratories, the School of Medicine educated to control a city that grew in disorder; besieged by epidemics; a society that sought to make research a tool for development, order and cure.
RESÚMEN: En este ensayo me pregunto por cómo se organizó espacialmente el saber clínico y experimental, en México, a fines del siglo XIX. La historiografía toma a los laboratorios como espacios distintos y excluyentes de los hospitales; se considera que la clínica no equivale a la experimentación. A lo largo del siglo XIX, el Hospital de San Andrés fue el lugar donde los estudiantes de la Escuela de Medicina practicaron y aprendieron clínica y anatomía patológica. Pero fue ahí mismo donde, se abrieron espacios para experimentar y realizar análisis clínicos, en colaboración con el Instituto Médico Nacional. Aquí me enfoco en esos espacios híbridos de experimentación y terapéutica, laboratorios no canónicos, actualmente no estudiados. Analizo cómo el territorio de lo patológico, localizado en el cuerpo, se multiplica en esos espacios heterópicos, ocupados por prácticas clínicas regidas por las urgencias del dolor, pero atravesado por la economía productivista que impone la experimentación. Prácticas y ritmos que producen, en los mismos lugares, distintos conocimientos sobre las patologías de los mexicanos; ninguno se revela más eficiente que otro. Pero, si los observamos desde donde se aposentaron, la Ciudad de México, es visible que esos conocimientos, clínicos y experimentales, atrincherados en sus instituciones, servían a intereses políticos de orden, higiene y contención. Desde los hospitales y los laboratorios, la Escuela de Medicina educaba para controlar una ciudad que crecía en desorden; asediada por las epidemias; una sociedad que buscó hacer de la investigación una herramienta de desarrollo, orden y cura.