Resumo Walter Benjamin publicou seu influente ensaio “Critique of Violence”/”Zur Kritik der Gewalt” em 1921, e o trabalho tem incomodado e provocado pensadores de várias disciplinas há mais de um século. Este Fórum reúne um grupo de acadêmicos de filosofia, ciência política, relações internacionais e estudos jurídicos para refletir sobre a atualidade do ensaio de Benjamin para a teoria crítica contemporânea. Na Parte VI do Fórum, Bethânia Assy, Rafael Felgueiras Rolo e Jeanne Marie Gagnebin encerram a série com reflexões sobre Benjamin e o Brasil. Em seu ensaio, Assy e Rolo discutem o trabalho de Benjamin para afirmar qual concepção de história poderia fazer justiça às necessidades reais na luta contra as formas contemporâneas de fascismo, especialmente considerando a realidade dos movimentos urbanos como o MUST e o MTST. Para Rolo e Assy, o conceito de violência divina precisa ser reconsiderado e deslocado dos entendimentos tradicionais da literatura contemporânea sobre Benjamin, e os autores fazem isso desenvolvendo uma noção imanente de violência divina. Eles desenvolvem uma análise da oitava tese de Benjamin para dar sentido ao chamado “estado de exceção” em relação a um verdadeiro estado de exceção, que é o dever do pensamento crítico de instaurar. Assy e Rolo lançam luz sobre o fenômeno social dessas ocupações urbanas, de modo que um melhor posicionamento na luta contra o fascismo contemporâneo é (se é que é possível) à luz dos textos de Benjamin. Na reflexão final, Gagnebin recorre à sua vasta experiência em filosofia contemporânea para tecer percepções conceituais e filológicas sobre o marxismo de Benjamin em relação ao seu pensamento político e teológico, sobre o direito e a justiça, e sobre o mito e o mítico. Critique Violence/Zur ViolenceZur Violence / Zur Gewalt 1921 século política Brasil MTST exceção instaurar urbanas se possível final teológico mítico 192 19 1
Abstract Walter Benjamin published his influential essay ‘Critique of Violence’/‘Zur Kritik der Gewalt’ in 1921, and the work has troubled and provoked thinkers across disciplines for over a century now. This Forum gathers a group of scholars in philosophy, political science, international relations and legal studies to reflect on the actuality of Benjamin’s essay for contemporary critical theory. In Part VI of the Forum, Bethânia Assy, Rafael Felgueiras Rolo, and Jeanne Marie Gagnebin close the series with reflections on Benjamin and Brazil. In their essay, Assy and Rolo discuss Benjamin’s work to assert which conception of history could render justice to actual needs in the struggle against contemporary forms of fascism, especially considering the reality of the urban movements such as MUST and MTST. For Rolo and Assy, the concept of divine violence needs to be reconsidered and dislocated from traditional understandings in contemporary literature on Benjamin, and the authors do so by developing an immanent notion of divine violence. They develop an analysis of Benjamin’s eighth thesis to make sense of the so-called ‘state of exception’ regarding a real state of exception, which is the duty of critical thinking to instate. Assy and Rolo shed light on the social phenomenon of these urban occupations, so that a better positioning in the struggle against contemporary fascism is (if at all) possible in the light of Benjamin’s texts. In the final reflection, Gagnebin draws on her vast expertise in contemporary philosophy to weave together conceptual and philological insights on Benjamin’s Marxism in relation to his political and theological thought, on law and justice, and on myth and the mythical. Critique Violence/‘Zur ViolenceZur Violence /‘Zur Zur Gewalt 1921 now science Benjamins s theory Brazil MTST socalled called exception instate occupations if all texts reflection thought mythical 192 19 1