RESUMO Objetivo: Avaliar os resultados clínicos e funcionais de pacientes submetidos a artroplastia reversa com seguimento mínimo de um ano. Métodos: Foram avaliados retrospectivamente 22 pacientes submetidos a artroplastia reversa de ombro pelo grupo de cirurgia e reabilitação de ombro da nossa instituição com análise pré e pós-operatória de exames de imagem, escala analógica da dor, amplitude de movimento e escala funcional ASES. Resultados: Dos 19 (86,3%) pacientes que apresentavam ASES pré-operatória classificada como péssimo/ruim, 11 (57,9%) evoluíram para bom/excelente após a intervenção, apresentaram melhoria da função, saíram de uma escala ASES pré-operatória média de 22 (±18,8) para uma pós-operatória de 64,8 (± 27,7; p = 0,031). Quanto à dor, observou-se melhoria da escala analógica da dor, apresentaram média pré-operatória de 7,64 (1-10) e pós-operatória de 2,09 (0-7; p < 0,001). Em relação à mobilidade, dos 22 pacientes, 15 (68,2%) apresentavam pseudoparalisia pré-operatória; desses, dez (66,7%) passaram a apresentar elevação anterior ativa superior a 90° após artroplastia reversa. Por outro lado, os pacientes sem pseudoparalisia não apresentaram ganho significativo de amplitude de movimento (p = 0,002). Foi observado ganho de elevação anterior ativa, com média pré-operatória de 76° (0-160°) e pós-operatória de 111° (0-160°; p = 0,002). Conclusão: Apesar de ser um procedimento relativamente novo no Brasil, a artroplastia reversa de ombro pode ser usada com eficácia e segurança em pacientes que previamente apresentavam-se sem opções terapêuticas como artropatia do manguito rotador e revisões que proporcionam alívio de dor, melhoria da função e mobilidade do membro superior.
ABSTRACT Objective: To assess the clinical and functional results of patients submitted to reverse arthroplasty with a minimum follow-up of one year. Methods: Twenty-two patients submitted to shoulder reverse arthroplasty by the Surgery and Shoulder Rehabilitation Group were retrospectively evaluated with pre and postoperative imaging analysis, analog pain scale, range of motion, and ASES functional score. Results: Out of 19 (86.3%) patients with preoperative ASES classified as poor/bad, 11 (57.9%) progress to good/excellent after intervention, showing improvement of function, ranging from a mean preoperative ASES score of 22 (± 18.8) to a postoperative mean of 64.8 (± 27.7) (p = 0.031). Regarding the pain, there was an improvement in analog pain scale, presenting a preoperative mean of 7.64 (1-10) and a postoperative mean of 2.09 (0-7; p < 0.001). Regarding mobility, of 22 patients, 15 (68.2%) had preoperative pseudoparalysis and, of these, ten (66.7%) had an active anterior elevation greater than 90° after reverse arthroplasty. In turn, patients without pseudoparalysis had no significant gain in range of motion (p = 0.002). The authors observed active anterior elevation gain, with a preoperative mean of 76° (0-160°) and a postoperative mean of 111° (0-160°; p = 0.002). Conclusion: Despite being a relatively new procedure in Brazil, reverse shoulder arthroplasty can be used effectively and safely in patients who were previously without treatment options such as rotator cuff arthropathy and revisions providing pain relief, improvement of function, and mobility of the upper limb.