Resumo O mundo do trabalho contemporâneo se revela um cenário formado por diferentes contextos (global, de sociedade e cultura, de origem e de trabalho) que marcam trajetórias de carreira individuais e coletivas. Todos esses contextos trazem a historicidade das construções de gênero e constituem mobilidades no labirinto que tensionam fronteiras nas carreiras de mulheres. Considerando a lacuna de estudos que articulam carreira, mobilidade e gênero, este artigo teórico argumenta que a mobilidade, sobretudo geográfica e social, pode ter reduzida disponibilidade para mulheres, em razão de fronteiras que engendram pontos de imobilidade, ancorados por relações socioculturais, políticas, organizacionais e biológicas. Estas são manifestadas por: a) restrições à liberdade em alguns países; b) configurações familiares; c) expectativas relativas à maternidade e atividades de cuidado de crianças e pessoas idosas - socialmente atribuídas às mulheres; d) teto de vidro organizacional; e e) pouca representatividade em cargos de poder. A formação dessas imobilidades leva à produção de um sedentarismo, por vezes involuntário, que impõe barreiras simbólicas e vivenciadas em labirintos em sua trajetória profissional. Mobilidades no labirinto são desorientadas do caminho seguro das carreiras tradicionais, em termos de tempo e espaço, e incertas quanto às possibilidades nos novos modelos de carreira. Carreiras são campos históricos, dinâmicos e em processo de mudança, assim como gênero. O imperativo das carreiras móveis e as (im)possibilidades do ponto de vista dos marcadores sociais de diferença se mostram oportunos para debates críticos e um aprofundamento teórico e empírico quanto às suas limitações.
Abstract The contemporary world of work reveals a scenario formed by different contexts (global, society and culture, origin, and work) that highlight individual and collective career trajectories. All these contexts bring the historicity of gender constructions and are constituted by labyrinth mobilities that pressure the boundaries of women’s careers. Considering the gap of studies that articulate career, mobility, and gender, this theoretical article argues that mobility, mainly geographic and social, may have reduced availability for women due to boundaries that engender immobility, anchored by sociocultural, political, organizational, and biological relationships. These are manifested by restrictions on freedom in some countries; family arrangements; expectations related to maternity and care activities of children and the elderly, which are socially attributed to women; by the organizational glass ceiling and the low representation in power positions. These immobilities lead to involuntary sedentarism, which imposes symbolic and labyrinthic barriers in their professional career. Labyrinth mobilities are disoriented from the traditional and safe path of traditional careers and uncertain about the steps for new career models. Careers are historical, dynamic, and in constant transformation, similar to what occurs with gender. The imperative of mobile careers and the (im)possibilities from the point of view of social markers of difference are prone for critical debates and for theoretical and empirical in-depth action exploring their limitations.
Resumen El mundo del trabajo contemporáneo se revela un escenario formado por diferentes contextos (global, de la sociedad y la cultura, de origen y del trabajo) que destacan las carreras profesionales individuales y colectivas. Todos estos contextos traen la historicidad de las construcciones de género y constituyen movilidades en el laberinto que tensionan fronteras en las carreras de mujeres. Considerando la laguna de estudios que articulan carrera, movilidad y género, este artículo teórico argumenta que la movilidad, especialmente geográfica y social, puede tener reducida disponibilidad para mujeres en razón de fronteras que engendran puntos de inmovilidad, anclados por relaciones socioculturales, políticas, organizativas y biológicas. Estas se manifiestan por restricciones a la libertad en algunos países; configuraciones familiares; expectativas relativas a la maternidad y actividades de cuidado de niños y ancianos, atribuidas socialmente a las mujeres; por el techo de cristal organizativo y por la escasa representatividad en cargos de poder. La formación de estas inmovilizaciones conduce a la producción de un sedentarismo, a veces involuntario, que impone barreras simbólicas y vivenciadas en laberintos en su trayectoria profesional. Movilidades en laberintos son del camino tradicional y seguro de las carreras tradicionales, en cuestión de tiempo y espacio, y inciertas en cuanto a las posibilidades de los nuevos modelos de carrera. Las carreras son campos históricos, dinámicos y en proceso de cambio, así como género. El imperativo de las carreras móviles y las (im)posibilidades desde el punto de vista de los marcadores sociales de diferencia, son oportunos para debates críticos y profundización teórica y empírica en cuanto a sus limitaciones.