Investigamos a comunidade e a ocupação de epífitas da floresta seca de Jacarepiá, Rio de Janeiro para entender: i) como epífitas em geral ocupam troncos das árvores; ii) como bromélias epífitas ocupam árvores suporte; iii) distribuição espacial de bromélias CAM. A coleta de dados sobre epífitas, forófitos e árvores foi baseada no método ponto quadrante central. A via fotossintética das bromélias epífitas foi determinada por espectrometria de massa. A presença de Gesneriaceae, Araceae e Cactaceae indicam umidade suficiente para permitir a presença de epífitas supostamente menos especializadas. Não houve correlação entre abundância de epífitas e diâmetro dos forófitos, e forófitos possuíram maior tamanho que árvores sem epífitas. Houve correlação entre diâmetro das árvores e abundância de bromélias e falta de correlação entre diâmetro e riqueza de bromélias. Somente uma espécie foi típica da submata e outra do dossel. Estes resultados diferem do padrão de ocupação de microsítios por epífitas, sugerindo que as copas das árvores são locais super-expostos para bromélias. A única espécie C3 (Vriesea procera (Mart. ex Schult. f.) Wittm.) estava significativamente mais exposta que as demais espécies no dossel. Se a ocorrência de CAM é relacionada à economia de água, o fato desta espécie estar sujeita a condições de maior exposição é notável. Comentários adicionais são apresentados sobre a proporção entre espécies de bromélia CAM e abundância. Em relação às formas de vida, holoepífitas ocorreram em todos os diâmetros dos forófitos ao contrário das hemiepífitas, sugerindo que holoepíftas possuem um estabelecimento melhor sucedido que hemiepífitas.
We studied the community and habitat occupation of epiphytes to understand how these plants cope with a supposedly stressful habitat: i) how general epiphytes occupy tree trunks, ii) how epiphytic bromeliads, occupy their supportive trees, iii) how CAM bromeliads are spatially distributed. The study was done in the dry forest of Jacarepiá, State of Rio de Janeiro. Data collection on epiphytes, phorophytes, and trees was based on the point-center quarter method. The photosynthetic pathway of the bromeliad species was determined using isotope ratio mass spectrometry. The presence of Gesneriaceae, Araceae, and Cactaceae indicates that some humidity is present in the area allowing the presence of supposedly less-specialized epiphytes. There was no correlation between epiphyte abundance and phorophyte diameter, and phorophytes had larger sizes than trees that do not host epiphytes. There was correlation between tree diameter and bromeliad abundance, and lack of correlation between diameter and bromeliad richness. Only one species was typical of the understorey and one was typical of the canopy, while intermediate heights were occupied by different species. The only C3 bromeliad species (Vriesea procera (Mart. ex Schult.f.) Wittm.) was significantly more exposed than the other species. If CAM occurrence is related to water economy, the fact that a C3 species is subjected to more exposed conditions is remarkable. Further comments are presented on the proportion between CAM bromeliad species and abundance in dry forest. Regarding life forms, holoepiphytes, as opposed to hemiepiphytes, showed not to be restricted by the phorophyte's diameter suggesting a more successful establishment of this life form.