Resumo O presente artigo visa a cotejar os pressupostos epistemológicos da Análise Materialista de Discurso com as críticas epistemológicas de Paul Feyerabend e o paradigma indiciário do historiador Carlo Ginzburg. Passando pelas relações entre Estado, ciência, subalternidade e materialismo, identifica proximidades entre as abordagens de Michel Pêcheux em torno das exceções, e de Ginzburg em torno do excepcional. Discute o lugar das evidências e dos procedimentos contraindutivos na prática científica, assim como o pluralismo metodológico dos estudos históricos, pontuando diversos cruzamentos entre as investigações dos historiadores, o anarquismo epistemológico de Feyerabend e os procedimentos de análise discursiva estabelecidos por Pêcheux e outros analistas, como Eni Orlandi e seu conceito de recorte discursivo. Partindo das implicações deste conceito, o artigo traz os resultados da análise do depoimento de um diretor do sindicato dos rodoviários da Bahia, contrário à liberação das roletas dos ônibus durante uma greve da categoria.
Abstract The present article aims at compare the epistemological assumptions of Materialistic Discourse Analysis with the epistemological critiques of Paul Feyerabend and the evidentiary paradigm of the historian Carlo Ginzburg. Going through the relations among state, science, subalternity and materialism, it identifies proximities between Michel Pêcheux's approaches around exceptions, and Ginzburg's surrounding exceptional. It discusses the place of evidence and no-inductive procedures in scientific practice, as well as the methodological pluralism of historical studies, punctuating various cross-references amongst historians' researches, Feyerabend's epistemological anarchism, and established discursive analysis procedures by Pêcheux and other analysts, as Eni Orlandi and her concept of discursive clipping. Based on the implications of this concept, the article presents the results of the analysis of the testimony of a director of the Bahia road workers' union, contrary to the release of bus ratchet during a category strike.
Resumen Este artículo tiene el objetivo de cotejar los supuestos epistemológicos del Análisis Materialista del Discurso con las críticas epistemológicas de Paul Feyerabend y el paradigma indiciario del historiador Carlo Ginzburg. Pasando por las relaciones entre Estado, ciencia, subalternidad ye materialismo, identifica proximidades entre los abordajes de Michel Pêcheux sobre las excepciones, y de Ginzburg sobre el excepcional. Discute el lugar de las evidencias y de los procedimientos contra inductivos en la práctica científica, así como el pluralismo metodológico de los estudios históricos, puntuando diversos cruzamientos entre las investigaciones de los historiadores, el anarquismo epistemológico de Feyerabend y los procedimientos del análisis discursivo establecidos por Pêcheux y otros analistas, como Eni Orlandi y su concepto de recorte discursivo. Partiendo de las implicaciones de este concepto, al artigo trae los resultados del análisis del testimonio de un director del sindicato de los rodoviários da Bahia, contrario a la liberación de las roletas de los ómnibus durante una huelga de la categoría.