Resumo As diferenças entre indivíduos superdotados e não superdotados vêm sendo alvo de muitos estudos e controvérsias. Este estudo teve como objetivo comparar alunos que ingressaram precocemente na universidade (grupo I), alunos que ingressaram na universidade no tempo regular (grupo II) e alunos superdotados do ensino médio (grupo III) a respeito da inteligência, criatividade e personalidade, bem como investigar a relação entre essas variáveis. Participaram do estudo 30 alunos (15 de cada sexo), com média de idade de 17,3 anos. Foram utilizados instrumentos de inteligência (Matrizes Progressivas de Raven), criatividade (Teste Torrance de Pensamento Criativo) e personalidade (Inventário Fatorial de Personalidade e Rorschach), e os dados foram tratados com análises não paramétricas de Kruskal-Wallis, Mann-Whitney e correlação de Spearman. Os resultados apontaram diferenças significativas em relação à inteligência (X² [2, N = 30] = 5,975; p = 0,05) e aos fatores de criatividade: fluência (X² [2, N = 30] = 6,302; p = 0,043) e flexibilidade (X² [2, N = 30] = 6,415; p = 0,040). Observou-se correlação positiva entre inteligência e o fator analogia (r s = 0,426; p = 0,019). Os alunos dos grupos I e III demonstraram vantagens nos fatores de inteligência e criatividade em relação aos do grupo II, e os do grupo I demonstraram ainda maior abertura a novas experiências e mudanças do que os alunos dos outros dois grupos. Os resultados apontam que inteligência e criatividade são construtos diferentes, mas relacionados, sugerindo que inteligência seria um subconjunto de criatividade.
Abstract Several studies have addressed the differences between gifted and non-gifted individuals, generating much controversy. This study aimed to investigate the association between intelligence, creativity, and personality, and compare these variables in three groups of students: group I, including early entrants to university; group II, including regular entrants; ang group III, high school students enrolled in a gifted program (group III). Thirty students (15 males and 15 females) with mean age of 17.3 years participated in the study. Intelligence was measured using the Raven’s Progressive Matrices, creativity with the Torrance Test of Creative Thinking, and personality with the Factorial Personality Inventory and Rorschach. Data were analyzed using non-parametric Kruskal-Wallis, Mann-Whitney, and Spearman’s correlations tests. The results showed significant differences regarding intelligence (X² [2, N = 30] = 5,975; p = 0,05) and the creative factors fluency (X² [2, N = 30] = 6,302; p = 0,043) and flexibility (X² [2, N = 30] = 6,415; p = 0,040), besides indicating a positive correlation between intelligence and analogy (r s = 0,426; p = 0,019). When compared to group II students, those of groups I and III showed advantages in intelligence and creativity. Moreover, group I students also showed a greater openness to new experiences and changes when compared to those of the two other groups. The results indicate that intelligence and creativity are different but related constructs, suggesting that intelligence would be a subset of creativity.
Resumen Las diferencias entre individuos superdotados y no superdotados son objeto de diversos estudios y controversias. Este estudio tuvo como objetivo comparar alumnos que ingresaron precozmente a la universidad (grupo I), alumnos que ingresaron a la universidad en el tiempo regular (grupo II), y alumnos superdotados de la secundaria (grupo III) en relación a inteligencia, creatividad y personalidad, así como investigar la relación entre esas variables. Participaron en el estudio 30 alumnos (15 de cada sexo) con edad media de 17,3 años. Los instrumentos utilizados fueron los de inteligencia (Matrices Progresivas de Raven), de creatividad (Test de Pensamiento Creativo de Torrance) y de personalidad (Cuestionario Factorial de Personalidad y Rorschach); para procesar los datos se utilizó pruebas no paramétricas de Kruskal-Wallis, de Mann-Whitney y la correlación de Spearman. Los resultados mostraron diferencias significativas en relación a inteligencia (X² [2, N = 30] = 5,975; p = 0,05) y en los factores de creatividad: fluencia (X² [2, N = 30] = 6,302; p = 0,043) y flexibilidad (X² [2, N = 30] = 6,415; p = 0,040). Hubo una correlación positiva entre inteligencia y el factor analogía (r s = 0,426; p = 0,019). Los estudiantes de los grupos I y III demostraron ventajas en los factores de inteligencia y creatividad en relación al grupo II, y los del grupo I mostraron mayor apertura a nuevas experiencias y cambios en comparación a los otros dos grupos. Los resultados indican que la inteligencia y la creatividad son constructos distintos pero relacionados, sugiriendo que la inteligencia sería un subconjunto de la creatividad.