OBJETIVO: avaliar os dados bibliométricos e as manifestações clínico-terapêuticas da osteomielite vertebral por fungos, retirados dos relatos de casos publicados e disponíveis nos bancos de dados eletrônicos. MÉTODO: revisão sistemática, com análise secundária de dados, considerando os casos comprovados, do banco de dados Medline, Embase e Lilacs, e da busca ativa das referências, entre 1966 e 2004. RESULTADOS: houve a tendência de crescimento de publicações de casos de osteomielite vertebral por fungos no período (R² = 0,5518), com a maioria ocorrendo após 1990 (218/318 [68,5%]). Os relatos provenientes da América do Norte predominaram (148/318 [46,5%]). O agente etiológico mais comum foi Candida sp (131/318 [41,2%]), seguido de Aspergillus sp (102/318 [32,1%]). O tempo compreendido entre o aparecimento dos sintomas e o diagnóstico variou de uma semana a 9,6 anos, com média de 24,4 ± 41,6 semanas. A coluna lombo-sacra foi o segmento mais afetado (188/318 [59,1%]), sendo a coluna cervical acometida em apenas 24/318 (7,5%) descrições. O evento infeccioso ocorreu com mais freqüência na combinação L2 + L3 (35/318 [11%]), sendo L2 e L3 as vértebras mais lesionadas (84/318 [26,4%], cada uma). O tratamento cirúrgico foi realizado em 194/307 (63,2%) casos com clara notificação, dos quais a artrodese foi necessária em 91/307 (29,6%). Foi observada uma tendência da utilização de compostos azólicos, em substituição à anfotericina B, no tratamento da infecção, entre os períodos de 1966-1989 (10/37) e 1990-2004 (40/63). CONCLUSÃO: a osteomielite vertebral por fungos é um evento mais freqüentemente publicado após 1990, sendo necessária a máxima atenção para que o seu diagnóstico não passe despercebido tanto tempo, por falta de uma solicitação de pesquisa micológica rotineira ao serviço de microbiologia geral.
OBJECTIVES: to assess the bibliometric, clinical and therapeutic features of fungal vertebral osteomyelitis case reports, retrieved from electronic databases. METHODS: systematic review with secondary data analysis done on proven cases from Medline, Embase and Lilacs databases and active search of referenced published reports, since 1966 until 2004. RESULTS: there was a growing trend from 1966 to 2004 (R² = 0.5518) in the 318 retrieved cases of fungal vertebral osteomyelitis: 218/318 (68.5%) of them from 1990 on. Reports with diagnosis from North America prevailed (148/318 [46.5%]). The most common causative agent was Candida spp (131/318 [41.2%]), followed by Aspergillus spp (102/318 [32.1%]). Time elapsed between symptom appearance and diagnosis ranged from one week to 9.6 years, mean 24.4±41.6 weeks. The lumbar-sacral spine was the most affected segment (188/318 [59.1%]), and the cervical spine was involved in only 24/318 descriptions (7.5%). The combination L2+L3 was the most frequent infectious event (35/318 [11%]); L2 and L3 were the most affected vertebrae (84/318 [26.4%]). Surgical treatment was carried out in 194/307 (63.2%) cases. Arthrodesis was the surgical procedure performed in 91/307 (29.6%) with clear notification. There was a growing trend of azole compound utilization, in substitution to amphotericin B, between 1966-1989 (10/37) and 1990-2004 (40/63). CONCLUSION: fungal vertebral osteomyelitis has been more frequently reported since the 1990s. Great attention to the possibility of this diagnosis is necessary so that the fungal vertebral infection is not missed due to the lack of a routine mycological search in a general microbiology laboratory.