Pacientes com Insuficiência Cardíaca Crônica (ICC) podem ter menor força e resistência muscular inspiratória, o que pode contribuir para a intolerância ao exercício. O Treinamento Muscular Inspiratório (TMI) tem demonstrado efeitos benéficos nesses pacientes. Dessa forma, o objetivo desse estudo foi revisar sistematicamente os efeitos do TMI comparado a grupo controle (TMI placebo ou outra intervenção) em pacientes com ICC. A busca incluiu as bases MEDLINE, PEDro e Cochrane CENTRAL, além de referências de estudos publicados, de 1960 a 2011. Ensaios randomizados comparando TMI e grupo controle no tratamento de pacientes com ICC foram incluídos. O GRADE foi utilizado para determinar a qualidade da evidência para cada desfecho. Dos 119 artigos identificados, sete estudos foram incluídos. O TMI aumentou a distância percorrida no teste de caminhada de 6 minutos [69 m (IC95%: 7,21 a 130,79)] (evidência muito baixa) e a pressão inspiratória máxima [23,36 cmH20 (IC95%: 11,71 a 35,02)] comparado aos grupos controles (evidência baixa). Entretanto, o TMI promoveu uma melhora significativa no consumo máximo de oxigênio somente nos estudos que realizaram TMI por 12 semanas, comparado a nenhuma carga inspiratória em pacientes com fraqueza muscular inspiratória [3,02 ml/kg/min-1 (IC95%: 0,43 a 5,61)]. Assim, concluiu-se que o TMI melhora capacidade funcional e força muscular inspiratória, merecendo consideração como uma intervenção adicional em pacientes com ICC. Entretanto, estudos maiores e com maior qualidade são necessários para esclarecer o potencial benefício do TMI nessa população.
Patients with chronic heart failure (CHF) may have lower inspiratory muscle strength and endurance, which may contribute to exercise intolerance. Inspiratory muscle training (IMT) can have beneficial effects on these patients. Thus, the aim of this study was to systematically review the effects of IMT compared to control groups (placebo-IMT or another intervention) in patients with CHF. A search of databases (MEDLINE, Cochrane CENTRAL and PEDro) and references of published studies, from 1960 to 2011, was conducted. Randomized trials comparing IMT to control groups in the treatment of patients with CHF were included. The GRADE approach was used to determine the quality of evidence for each outcome. Of 119 articles identified, 7 studies were included. IMT increased the distance walked in the six-minute walk test [69 m (95% CI: 7.21 to 130.79)] (very low evidence) and maximal static inspiratory pressure [23.36 cmH20 (95% CI: 11.71 to 35.02)] (low evidence) compared to control groups. However, IMT provides a significant improvement in peak oxygen consumption only in the studies that performed IMT for 12 weeks against no inspiratory load in patients with inspiratory muscle weakness [3.02 ml/kg/min-1 (95% CI: 0.43 to 5.61)]. IMT improves functional capacity and inspiratory muscle strength thereby deserving consideration as an additional intervention in patients with CHF. Larger and better-designed studies, however, are needed to clarify the potential benefit of IMT in this patient population.