RESUMOA sexualidade, parte integrante da vida humana e da qualidade de vida, é uma das responsáveis pelo bem-estar individual. A disfunção sexual pode ser definida como alteração em algum componente da atividade sexual e pode acarretar frustração, dor e diminuição dos intercursos sexuais. Embora se saiba que doenças crônicas, como a artrite reumatoide (AR), influenciam a qualidade da vida sexual, a disfunção sexual ainda é pouco diagnosticada, o que se deve a dois motivos: tanto os pacientes deixam de relatar a queixa por vergonha ou frustração quanto os médicos pouco questionam seus pacientes a esse respeito. Os reumatologistas estão cada vez mais dispostos a discutir domínios que não estão diretamente relacionados com o tratamento medicamentoso das doenças articulares, como qualidade de vida, fadiga e educação dos pacientes. A sexualidade, no entanto, é muito pouco abordada. O objetivo desta revisão é apresentar alguns conceitos úteis ao reumatologista para orientação do paciente com AR quanto à função/disfunção sexual, considerações relativas ao papel desse profissional no sentido de instruir o paciente, noções gerais sobre função sexual, incluindo conceitos práticos sobre posições sexuais mais adequadas para portadores de AR, e abordagem multidisciplinar da disfunção sexual.
ABSTRACTSexuality, an integral part of human life and quality of life, is one of those factors responsible for individual welfare. Sexual dysfunction can be defined as a change in any component of sexual activity, which may cause frustration, pain and decreased sexual intercourse. Although it is known that chronic diseases, such as rheumatoid arthritis (RA), influence the quality of sexual life, sexual dysfunction is still underdiagnosed, due to two reasons: (i) patients fail to report the complaint because of shame or frustration and (ii) this subject is rarely called into question by doctors. Rheumatologists are increasingly willing to discuss areas which are not directly related to drug treatment of joint diseases, such as quality of life, fatigue, and education of patients; however, sexuality is rarely addressed. The aim of this review is to present some useful concepts to Rheumatologists for orientation of their patients with RA with respect to sexual function/dysfunction, some considerations concerning the role of these professionals in order to instruct the patient, general notions about sexual function, including practical concepts about the more appropriate sexual positions for patients with RA, and a multidisciplinary approach to sexual dysfunction.