Objective: To assess mortality during the COVID-19 pandemic according to social vulnerability by areas of Belo Horizonte (BH), aiming at strategies for vaccination. Methods: Ecological study with mortality analysis, according to census tracts classified by the Health Vulnerability Index, a composite indicator that includes socioeconomic and sanitation variables. Deaths due to natural causes and COVID-19 were obtained from the “Mortality Information System”, between the 10th and 43rd epidemiological weeks (EW) of 2020. Excess mortality was calculated by a time series model, considering observed deaths by EW, between 2015 and 2019, for census tracts. Mortality rates (MR) were calculated and age-standardized =using population estimates from 2010 census. Results: Excess mortality in BH was 16.1% (n =1524): 11.0%, 18.8% and 17.3% in the low, intermediate and high vulnerability areas, respectively. The differences between observed and expected age-standardized MR by natural causes were equal to 59/100,000 inhabitants in BH, increasing from 31 to 77 and 95/100,000 inhabitants, in the areas of low, intermediate and high vulnerability, respectively. There was an aging gradient in COVID-19 MR, ranging from 4 to 611/100,000 inhabitants among individuals of 20-39 years and 75+ years. The COVID-19 MR per 100,000 elderly (60+ years) was 292 in BH, increasing from 179 to 354 and 476, in the low, intermediate and high vulnerability areas, respectively. Conclusion: Inequalities in mortality, particularly among the elderly, combined with the limited supply of doses, demonstrate the importance of prioritizing socially vulnerable areas during vaccination against COVID-19.
Objetivo: Avaliar a mortalidade por áreas de Belo Horizonte (BH) durante a pandemia de COVID-19 conforme vulnerabilidade social, visando estratégia de vacinação. Métodos: Estudo ecológico com análise de mortalidade, segundo setores censitários classificados pelo Índice de Vulnerabilidade da Saúde, composto por indicadores de saneamento e socioeconômicos. Óbitos por causas naturais e COVID-19 foram obtidos do Sistema de Informação sobre Mortalidade, entre a 10ª e 43ª semana epidemiológica (SE) de 2020. Calculou-se o excesso de mortalidade por modelo de série temporal, considerando as mortes observadas por SE, entre 2015 e 2019, por setor censitário. Taxas de mortalidade (TM) foram calculadas e padronizadas por idade a partir de estimativas populacionais do IBGE. Resultados: Houve 16,1% (n=1524) de excesso de mortalidade em BH: 11,0%, 18,8% e 17,3% nas áreas de baixa, média e elevada vulnerabilidade, respectivamente. As diferenças entre TM observadas e esperadas por causas naturais, padronizadas por idade, foi igual a 59/100.000 habitantes em BH, aumentando de 31 para 77 e 95/100.000, nas áreas de baixa, média e elevada vulnerabilidade, respectivamente. Houve gradiente de aumento com a idade nas TM por COVID-19, variando de 4 a 611/100.000 habitantes entre as idades de 20-39 anos e 75+ anos. A TM por COVID-19 por 100.000 idosos (60+ anos) foi igual a 292, aumentando de 179 para 354 e 476, nos setores de baixa, média e elevada vulnerabilidade, respectivamente. Conclusão: Desigualdades na mortalidade, mesmo entre idosos, aliadas à baixa oferta de doses, demonstram importância de priorizar áreas socialmente vulneráveis durante a vacinação contra COVID-19.