RESUMO As condições ambientais são muito importantes para o controle biológico de doenças de plantas. Em um estudo prévio, isolados de Trichoderma asperellum (IBLF 897, IBLF 904 e IBLF 914) e T. asperelloides (IBLF 908) foram selecionados como antagonistas a Sclerotinia minor e S. sclerotiorum, agentes causais da murcha de esclerotínia, uma das mais importantes doenças da cultura da alface. Neste estudo subsequente o crescimento micelial destes isolados e dos patógenos foi avaliado em diferentes temperaturas, assim como o micoparasitismo do isolado IBLF 914. O crescimento micelial dos isolados de T. asperellum e T. asperelloides, bem como de S. minor e S. sclerotiorum, foi avaliado em temperaturas variando de 7 a 42 oC. O parasitismo de propágulos de S. minor e S. sclerotiorum pelo isolado IBLF 914, assim como o número de plântulas de alface sobreviventes ao tombamento, foram avaliados aos 12, 17, 22, 27 e 32 oC em caixas gerbox contendo substrato. S. minor e S. sclerotiorum apresentaram crescimento micelial nas temperaturas de 7 a 27 °C, mas não cresceram a 32 °C e ambos os patógenos apresentaram maior crescimento micelial a 22 °C. Os isolados de Trichoderma cresceram em temperaturas entre 12 e 37°C, com um máximo a 27 oC. O isolado IBLF 914 exibiu micoparasitismo e reduziu a doença nas plântulas de alface em temperaturas entre 22 e 32°C. Como a murcha de esclerotínia ocorre quando predominam temperaturas amenas e elevada umidade e o antagonista foi mais efetivo em temperaturas médias a elevadas, sugere-se que Trichoderma seja aplicado em lavouras de alface no Brasil também nos meses mais quentes do ano visando a reduzir o inóculo presente no solo antes da instalação da cultura de inverno, mais afetada pela doença.
ABSTRACT Environmental conditions are very important for the biological control of plant diseases. In a previous study, isolates of Trichoderma asperellum (IBLF 897, IBLF 904 and IBLF 914) and T. asperelloides (IBLF 908) were selected as antagonists of S. minor and S. sclerotiorum, causal agents of lettuce drop, one of the most relevant diseases affecting the lettuce crop. In this subsequent study, the mycelial growth of these isolates and pathogens, as well as the mycoparasitism of isolate IBLF 914, was evaluated at different temperatures. The mycelial growth of the isolates of T. asperellum and T. asperelloides, as well as of S. minor and S. sclerotiorum, was evaluated at temperatures ranging from 7 to 42oC. The parasitism of propagules of S. minor and S. sclerotiorum by the isolate IBLF 914, as well as the number of lettuce seedlings surviving drop, was evaluated at 12, 17, 22, 27 and 32oC, in gerboxes containing substrate. S. minor and S. sclerotiorum showed mycelial growth at temperatures ranging from 7 to 27°C, but no growth occurred at 32 °C, and both pathogens had greater mycelial growth at 22°C. The isolates of Trichoderma grew at temperatures ranging from 12 to 37°C, with maximum growth at 27°C. The isolate IBLF 914 had mycoparasitism and reduced the disease in lettuce seedlings at temperatures ranging from 22 to 32°C. Since lettuce drop occurs when mild temperatures and high humidity prevail and the antagonist was more effective at higher temperatures, it is recommended that Trichoderma is applied in lettuce fields in Brazil also during warmer months of the year to reduce the inoculum remaining in the soil before planting the winter crop, which is more affected by the disease.