Introdução: Os resultados alcançados pelos transplantes renais nas últimas décadas têm melhorado progressivamente. Objetivo: A fim de determinar a extensão desse progresso, conduzimos uma análise dos resultados obtidos em nosso programa de transplantes através de três períodos diferentes. Métodos: Avaliamos os 600 transplantes renais realizados no HC FMB-UNESP até dezembro de 2011, subdividindo-os em três eras, de acordo com a imunossupressão vigente. Era 1: de 1987 a 2000 (n = 180); associação de ciclosporina e azatioprina. Era 2: de 2001 a 2006 (n = 120); associação de ciclosporina e micofenolato e Era 3: de 2007 a 2011 (n = 300); associação de tacrolimus e micofenolato. Resultados: Os resultados mostram aumento da idade média do receptor, da prevalência de diabetes e do número de transplantes com doador falecido (60%) na terceira era. O uso de terapia de indução foi de 75% era atual contra 46,6% (Era 2) e 3,9% (Era 1), p < 0,0001. Os dados de sobrevida geral por tipo de doador mostram dados semelhantes à literatura. Houve progressivo aumento da sobrevida do enxerto com doadores falecidos em 5 anos, saindo de 13,7% (Era 1) para 81,9% (Era 3). Conclusão: Houve significativas diferenças ao longo do tempo, culminando com aumento do volume de transplantes na atual era (média de 14 transplantes/ano na Era 1 para 75 transplantes/ano na Era 3). Inverteu-se o perfil de transplantes na era atual com predomínio de doador falecido. A melhor sobrevida com doador falecido da atual era foi atribuída a maior experiência do centro e aos esquemas de imunossupressão baseados na combinação de tacrolimus com micofenolato associados a esquema de indução.
Introduction: A progressive improvement in kidney transplant outcomes has been achieved over the last decades. Objective: To determine the degree to which this has occurred in our center, we conducted an outcome analysis of our kidney transplant program during three different time periods, especially focusing on patient and graft survival. Methods: The 600 kidney transplants performed at Botucatu Medical School/UNESP up to December 2011 were examined. Three different time periods were chosen to correspond with major shifts in immunosuppressant usage: Era 1 (1987-2000), cyclosporine and azathioprine usage (n = 180); Era 2 (2001-2006), cyclosporine and mycophenolate mofetil usage (n = 120); and Era 3 (2007-2011), tacrolimus and mycophenolate (n = 300). Results: Compared with the first era, mean recipient age, diabetes prevalence, and the number of living donor transplantations (60%) were increased in the third era. Induction therapy was used in 75% of the cases in Era 3, 46.6% in Era 2, and in 3.9% in Era 1 (p < 0.0001). The mean number of transplants/year rose from 14 in Era 1 to 75 in Era 3. Overall survival according to donor type was similar to that reported in the literature. Five-year graft survival following deceased donor transplantation progressively increased from 13.1% (Era 1) to 81.9% (Era 3). Conclusion: Significant differences were observed over time. The percentage of living donors decreased as that of deceased donors increased. Survival after deceased donor transplants was greatest in Era 3, probably due to the improved experience of the medical team, and to the use of tacrolimus and mycophenolate mofetil combination with induction.