Resumo Respostas de corais a estresses de mudanças de temperatura são específicas e dependem também da localidade. Como a luz é um componente importante dos estresses induzidos pela temperatura, testamos experimentalmente as respostas de Mussismilia hartii, coral originário de águas turvas, a mudanças de temperatura, na presença e ausência de luz. Parâmetros de fluorescência da clorofila foram medidos com Diving-PAM. Os experimentos foram mantidos a temperaturas distintas. Os pólipos permaneceram no escuro ou foram continuamente expostos a 300 µmol photons m-2.s-1 de irradiância. Nenhum branqueamento visível foi observado entre as temperaturas de 26,5 a 35,0 ºC, mas a maioria dos pólipos expostos a temperaturas elevadas mostraram sinais de necrose do tecido. Houve uma redução de Fv/Fm em resposta ao aumento da temperatura, que foi exacerbada na presença de luz, indicando um efeito sinergético desses fatores. Sugerimos que o fotodano sofrido pelos endossimbiontes de M. harttii, desencadeados nas temperaturas de 33,0 e 35,0 ºC, resultou de uma diminuição do processo de reparação, assim como o efeito da luz sobre o PSII. A recuperação de pólipos mantidos a 31,0 ºC indicou que essa temperatura parece ser limítrofe (dependendo do tempo de exposição); temperaturas acima de 31,0 ºC levaram a danos irreversíveis ou morte de M. harttii.
Abstract Responses of corals to climate change stresses are species and locality specific. As light is an important component of temperature-induced stresses, we experimentally tested the responses of a turbid water coral, Mussismilia harttii, to changes in temperature in the presence and absence of light. Chlorophyll fluorescence parameters were measured using a diving-PAM. Experiments were carried out at distinct temperatures. Polyps were kept in the dark or were continuously exposed to 300 µmol photons m-2.s-1 irradiance. No visible bleaching of coral samples was seen in temperatures between 26.5 and 35.0 ºC, but most polyps at higher temperatures showed signs of tissue necrosis. There was a reduction of Fv/Fm as temperature increased, with a further drop in the presence of light, indicating a synergistic effect of these factors. We suggest that the photodamage to M. harttii endosymbionts triggered by temperatures of 33.0 ºC and 35.0 ºC results from a decline of the repair process, as well as the effect of light on the PSII. Recovery data for polyps kept in 31.0 ºC showed that this temperature (depending on time of exposure) seems to be borderline; temperatures higher than 31.0 ºC lead to long-term damage or death of M. harttii.