RESUMO Objetivo: Determinar o efeito da blefaroplastia superior na topografia corneana e no cálculo do poder das lentes intraoculares usando Galilei e IOLMaster. Métodos: Trinta pacientes submetidos a blefaroplastia superior de maio de 2014 a março de 2017 no Hospital Oftalmológico de Sorocaba, São Paulo, Brasil foram incluídos neste estudo de série de casos observacional. Todos os pacientes foram submetidos a sessões de imagem com Galilei e IOLMaster antes da cirurgia (exame de base) e no 1º e 6º mês pós-operatório. Os resultados primários utilizando os dois aparelhos incluíram ceratometria, astigmatismo corenano e astigmatismo corneano induzido pela blefaroplastia. O comprimento axial e o cálculo do poder da lente intraocular foram realizados unicamente com o IOLMaster (fórmula de Holladay). Teste-t pareado e análise vetorial foram usados na análise estatística. Resultados: Sessenta olhos de 30 pacientes foram incluídos prospectivamente. A análise vectorial mostrou que após 6 meses da cirurgia, a blefaroplastia superior induziu na média 0,39 D de astigmatismo corneano medido com o Galilei e 0,31 D com IOLMaster. As medidas com o IOLMaster mostraram que a ceratometria média (44,56 vs 44,64 D, p=0,01), ceratometria máxima (45,17 vs 45,31, p=0,01) e o astigmatismo corneano (1,22 vs 1,34, p=0,03) foram maiores após 6 meses da blefaroplastia. As medidas com IOLMaster mostraram que o poder da lente intraocular foi significativamente menor 6 meses após a blefaroplastia (22,07 vs 21,93, p=0,004). Todos os outros parâmetros não mostraram mudanças entre o pré-operatório e o 6º mês da cirurgia (p>0,05 para todas as comparações). Conclusões: A blefaroplastia superior influenciou o cálculo da lente intraocular utilizando o IOLMaster. Contudo, a influência não foi clinicamente significativa. Não foram encontradas mudanças topográficas com o Galilei.
ABSTRACT Purpose: To determine the effect of upper blepharoplasty on corneal topography and intraocular lens power calculation using Galilei and IOLMaster. Methods: Thirty patients submitted to upper blepharoplasty from May 2014 to March 2017 at the Hospital Oftalmológico de Sorocaba (São Paulo, Brazil) were included in this observational case series. All patients underwent imaging sessions with Galilei and IOLMaster preoperatively (baseline) and at 1 and 6 months postoperatively. Primary outcome measures using both devices included flattest, average, and steepest corneal curvature, corneal astigmatism, and blepharoplasty-induced corneal astigmatism. Determination of axial length and lens power calculation were performed using only IOLMaster (Holladay formula). Paired t-test and vectorial analysis were used for statistical analysis. Results: Sixty eyes from 30 patients were prospectively included. Vectorial analysis showed that 6 months after surgery, blepharoplasty induced on average 0.39 D and 0.31 D of corneal astigmatism, as measured with Galilei and IOLMaster, respectively. IOLMaster measurements showed that average corneal curvature (44.56 vs 44.64 D, p=0.01), steepest corneal curvature (45.17 vs 45.31, p=0.01) and corneal astigmatism (1.22 vs 1.34, p=0.03) were higher 6 months after surgery. IOLMaster measurements also showed that intraocular lens power was significantly smaller 6 months after surgery (22.07 vs 21.93, p=0.004). All other parameters showed no change for comparisons between baseline and 6 months (p>0.05 for all comparisons). Conclusion: Upper eyelid blepharoplasty influenced intraocular lens calculation using the IOLMaster. However, the influence was not clinically significant. No topographic changes were found using Galilei.