A legislação brasileira harmonizada com o MERCOSUL recomenda que, em embalagens metálicas produzidas em folhas-de-flandres, comprove-se tecnologicamente que a camada de estanho utilizada é adequada na proteção do alimento em relação às reações de corrosão. O objetivo deste estudo foi avaliar a estabilidade de ervilha em conserva acondicionada em latas de três peças eletrossoldadas, produzidas com corpo em folha-de-flandres com revestimento interno de estanho de 2,0 g.m-2 e envernizadas internamente, por meio de teste de estocagem. As latas foram caracterizadas quanto ao tipo de material metálico e à qualidade do envernizamento interno. O teste de estocagem foi realizado pelo período de 540 dias à temperatura controlada de 35 °C ± 2 °C, com avaliações periódicas das latas em relação à aparência visual interna e da ervilha quanto à dissolução dos metais da embalagem (cromo, estanho e ferro), ao nível de vácuo e à composição dos gases oxigênio, hidrogênio, dióxido de carbono e nitrogênio presentes no espaço-livre. A caracterização das latas demonstrou que os revestimentos metálicos (cromo e estanho) atenderam ao recomendado e o sistema de envernizamento interno apresentou condições adequadas para todos os parâmetros avaliados. As avaliações periódicas da ervilha demonstraram que não houve alteração importante em relação à dissolução de metais da lata para o produto, que se manteve em condições aceitáveis, assim como a aparência da superfície interna da embalagem. Durante o período de estocagem, ocorreu redução no vácuo interno e aumento da concentração do hidrogênio no espaço-livre da lata, indicando o desenvolvimento de corrosão interna. O estudo permitiu concluir que a lata produzida com folha-de-flandres com camada de estanho de 2,0 g.m-2, com as condições de envernizamento interno empregadas, pelo período de 540 dias de estocagem a 35 °C, apresentou desempenho satisfatório, indicando a viabilidade do uso de folhas-de-flandres com camada de estanho de 2,0 g.m-2 para o acondicionamento de ervilha em conserva.
Brazilian Federal Laws harmonized with MERCOSUL recommend that the tin layer of tinplate metallic packaging be technologically proven as adequate in the protection of the food against corrosion. The purpose of this study was to evaluate the stability of canned peas in welded three piece tinplate cans using a storage test, evaluating the performance relative to food/packaging interaction. The packaging was produced by tinplate using a 2.0 g Sn/m² internal layer and organic coatings on the inner surface. The can was characterized according to the type of metallic material and an evaluation of the internal organic coatings. The storage test was carried out during a period of 540 days under a controlled temperature of 35 °C ± 2 °C, evaluating the internal visual appearance of the cans, metal dissolution (chromium, tin and iron) in the peas, and the vacuum level and composition of the gases oxygen, hydrogen, carbon dioxide and nitrogen present in the can headspace. The characterization of the cans showed that the metallic material layers (chromium and tin) were in agreement with the recommended standard and that the system of internal coating presented conditions suitable for all the parameters measured. The periodic evaluations of the product showed there were no significant changes in relation to metal dissolution in the product, which remained under acceptable conditions, as also the appearance of the inner surface of the packaging. During the storage period there was a reduction in internal vacuum and increase in the hydrogen concentration in the can headspace, indicating the development of internal can corrosion. The study concluded that a can produced with 2.0 g Sn/m² tinplate with the internal coating used showed satisfactory performance for a storage period of 540 days at 35 °C. These results indicated the viability of using this packaging for canned peas.