Estudos morfológicos foliares foram efetuados em dois genótipos de amendoim (Arachis hypogaea L.), do grupo Valência, completando informações contidas em trabalhos anteriores. O amendoim, importante cultura mundial, possui o Brasil como centro de origem e dispersão de suas espécies. Nenhuma pesquisa havia sido realizada em organografia nem em anatomia foliar, com genótipos em cultivo no País. O genótipo SO-53 ('Tatu') é suscetível às mais relevantes moléstias fúngicas foliares, ocupando a maior área do amendoim cultivado no Brasil. O SO-909 (PI-259747) tem sido freqüentemente citado como fonte de resistência às moléstias fúngicas foliares, em trabalhos de fitopatologia. Medições macroscópicas, com o uso de paquímetro, bem como observações microscópicas, através de fotomicroscópio, foram efetuadas. Um estudo organográfico foi executado com as folhas de plantas de campo, bem como o estudo anatômico, com o uso de lâminas semipermanentes, mediante desenhos esquemáticos e fotomicroscópio. Os idioblastos encontrados nos folíolos foram divididos em três tipos, de acordo com a presença de tanino, mucilagem ou cristal. Os mucilaginosos foram separados em dois tipos, aparecendo os longos somente na superfície adaxial do limbo foliolar, e os curtos, similares às células epidérmicas, em seção paradérmica em ambas as faces do limbo foliolar. Os pêlos foram separados em três tipos, de acordo com o tamanho: os longos, os curtos e os muito curtos. Todos têm de uma a quatro células basais e uma longa apical. As cerdas², presentes nos dois genótipos, foram classificadas em dois tipos, também conforme o tamanho: as grandes, observadas visualmente, presentes sobretudo na bainha, e as curtas, ao longo da margem foliolar, ambas multicelulares. Algumas características morfológicas, como a presença e freqüência de pêlos; a forma da terminação do sulco na inserção adaxial do pecíolo-raque; a freqüência de cerdas e a espessura da lâmina foliolar, podem ser utilizadas na caracterização dos genótipos de amendoim. A menor espessura dos folíolos e a presença de espaços aeríferos na epiderme da face abaxial do limbo foliolar podem ser correlacionadas à suscetibilidade a determinadas moléstias fúngicas foliares do 'Tatu'.
Leaf morphological studies were made in two genotypes of peanut (Arachis hypogaea L.) of the Valencia group, complementing informations included in previous papers. Peanuts are an important worldwide cultivated crop which has it center of origin in Brazil. No research is known involving studies with the organography and anatomy of the Brazilian genotypes. The genotype SO-53 ('Tatu'), susceptible to all of the most important foliar diseases, occupies the major part of the cultivated peanut in Brazil. The genotype SO-909 (PI-259747) has been frequently mentioned as a source of resistant germplasm to the peanut foliar diseases in phytopathological papers. Macroscopic measurements, with the use of a pachymeter, as well as microscopic observations, by photo microscopy, were made. An organographic study was carried out with plants which were grown in field conditions, and the anatomical studies were made with the use of semi-permanent slides, through schematic drawings and photo microscopy. The idioblasts found in the leaflets were divided into three types, according to the presence of tannin, mucilage or cristal. The mucilage idioblasts could be separated into long and short types; the long appearing only on the adaxial leaflet surface, and the short, similar to epiderm cells, appearing on both surfaces. The hairs were divided into three types according to their size: long, short and very short. All types have one to four basal cells and a long apical cell. The bristles, with multicellular structure, were classified into two types: the large, visually observed, present mainly in the sheath, and the short, present along the leaflet borders. Some morphological characteristics such as hair presence and frequency, the shape of the adaxial division at the petiole rachis zone and the leaflet thickness can be used in the characteristics of peanut genotypes. To the 'Tatu', the minor thickness of leaflet and the presence of air spaces at epiderm to the abaxial surface, can be associated to the susceptibility to some foliar fungic diseases.