OBJETIVO: A resposta de fase aguda (RFA), caracteriza-se por proteólise, com hipotrofia da massa celular corporal, hiperglicemia, retenção hídrica e disfunção renal, fenômenos que potencialmente afetam os níveis de magnésio (Mg++) sérico. O objetivo do estudo foi comparar os níveis séricos de Mg++ entre pacientes hospitalizados, com ou sem RFA. MÉTODOS: Obteve-se um banco de dados do mainframe do Hospital-Escola contendo informações sobre dosagens bioquímicas simultâneas de creatinina, glicose e magnésio e outros eletrólitos séricos de 214 pacientes internados, sem diabetes mellitus, insuficiência renal crônica ou creatinina sérica > 1,5mg/dl. A presença de RFA foi definida pela presença de febre mais diagnósticos de trauma, cirurgia recente ou infecção, além de leucopenia ou leucocitose. RESULTADOS: Dos casos, 32,2% foram considerados RFA<FONT FACE="Symbol">Å</FONT>. Não houve diferença entre os grupos quanto à idade, gênero e cor. Houve pareamento entre os grupos RFA<FONT FACE="Symbol">Å</FONT> e RFAteta quanto à freqüência de uso de diuréticos (10,1 vs 11,7%) e presença de edema (3 vs 6%). Hipomagnesemia ocorreu em 154 casos (72% do total), sendo 75,9% no grupo RFAteta e 63,8% no grupo RFA<FONT FACE="Symbol">Å</FONT>(p=0,06). Os níveis de Mg++ (mediana; faixa de variação) foram maiores no grupo RFA<FONT FACE="Symbol">Å</FONT>: (1,75; 1-3 vs 1,6; 0,9-2,9mg/dl), o mesmo ocorrendo com a glicemia (115; 49-236 vs 99; 61-191mg/dl) e creatinina sérica (0,884 ± 0,306 vs 0,803 ± 0,257mg/dl). Hipermagnesemia foi mais comum no grupo RFA<FONT FACE="Symbol">Å</FONT>: 8,7 vs 2,1%. CONCLUSÕES: Pacientes RFA<FONT FACE="Symbol">Å</FONT> apresentam maiores níveis de magnésio sérico, fenômeno possivelmente relacionado com aumentos da glicemia, uréia e creatinina séricas.
The acute phase response (APR) is characterized by proteolysis with decreased body cell mass, hyperglycemia, body water retention and renal dysfunction, which we hypothesised could affect magnesium serum levels. The aim of this study was to compare serum magnesium levels among hospitalized patients with or without APR. METHOD: All serum magnesium results (n=527) corresponding to a six-months period were searched at University Hospital mainframe. Relevant laboratorial and clinical details were also registered. All cases of diabetes mellitus, chronic renal insufficiency, or serum creatinine > 1.5mg/dl were excluded. APR was defined by the presence of fever plus severe trauma or infection plus leukopenia or leukocytosis. RESULTS: From a total of 214 patients, sixty-nine (32.2%) met the criteria for APR positivity (APR<FONT FACE="Symbol">Å</FONT>). Groups were paired for age, color, gender, diuretic use and edema presence. Hypomagnesemia was registered among 72% of cases, without statistical difference (p=0.06) among APR<FONT FACE="Symbol">Å</FONT> and APRtheta patients (63.8 vs 75.9%). Serum magnesium levels (median; range) were higher among APR<FONT FACE="Symbol">Å</FONT> cases, when compared to APRtheta ones: 1.75;1-3 vs 1.6;0.9-2.9m/dl, the same occurring with glycemia (115; 49-236 vs 99; 61-191mg/dl) and serum creatinine (mean ± SD): 0,8840±306 vs 0,803 ± 0,257mg/dl. Hypermagnesemia was more common among APR<FONT FACE="Symbol">Å</FONT> cases: 8.7 vs 2.1%. CONCLUSIONS: Our results suggest that higher magnesium serum levels seen in APR<FONT FACE="Symbol">Å</FONT>patients may be attributed to subclinical renal ischemia and possibly to increased glucose serum levels.