Resumo Objetivo Identificar a prevalência do estresse ocupacional dos profissionais de enfermagem que atuam em cuidados paliativos, durante a pandemia pelo SARS-CoV-2 e fatores sociodemográficos e ocupacionais associados. Métodos Trata-se de um estudo transversal, de abordagem quantitativa, realizado em uma unidade de atendimento a pacientes em cuidados paliativos oncológicos exclusivos, de um hospital oncológico público de referência nacional. A coleta de dados foi realizada entre os meses de abril e maio de 2020, utilizando dois instrumentos. Na análise dos dados foi utilizado o modelo de regressão de Poisson, com variância robusta. Resultados A amostra foi composta por 71 profissionais, que atuaram no atendimento à pacientes suspeitos ou com diagnóstico confirmado de COVID-19. O desfecho médio/alto nível de estresse foi prevalente em 42,2% dos profissionais, com maior predominância entre enfermeiros (65,0%), que exercem suas atividades no período diarista/diurno (55,2%) e que atuam há mais de oito anos em cuidados paliativos (45,1%). Apenas as variáveis “cargo” e “morar sozinho” apresentaram associação significativa ao estresse médio/alto. Conclusão Diante dos resultados é importante que as instituições busquem medidas por meio de intervenções psicológicas e ocupacionais que possam reduzir os impactos mentais gerados pela atuação durante a COVID-19. Sugere-se maior estresse entre os enfermeiros, pois se envolvem em questões assistenciais e burocráticas, o que aumenta sua responsabilidade perante a equipe, e aos profissionais que residem sozinhos devido aos impactos gerados pelo isolamento e falta de apoio familiar próximo.
Abstract Objective To identify the prevalence of occupational stress among nursing professionals working in palliative care during the SARS-CoV-2 pandemic, and associated sociodemographic and occupational factors. Methods This was a cross-sectional study with a quantitative approach, conducted in an exclusive oncologic palliative care unit of a public oncology hospital of national reference. Data collection was performed between April and May of 2020, using two instruments. The Poisson regression model with robust variance was used for data analysis. Results The sample was composed of 71 professionals, working with patients suspected of or with a confirmed diagnosis of COVID-19. The medium/high level of stress outcome was prevalent in 42.2% of professionals, with higher prevalence among nurses (65.0%), who worked during the day shift (55.2%) and who had worked for more than eight years in palliative care (45.1%). Only the variables “position” and “living alone” showed a significant association with medium/high stress. Conclusion According the results, institutions must develop psychological and occupational interventions that can reduce the mental impact generated by nursing work during COVID-19. Increased stress was found among nurses, as they are involved in care and bureaucratic issues, which adds to their responsibility to the team, and among professionals who lived alone, due to impact generated by isolation and lack of close family support.
Resumen Objetivo Identificar la prevalencia del estrés laboral de los profesionales de enfermería que actúan en cuidados paliativos, durante la pandemia del SARS-CoV-2 y factores sociodemográficos y laborales asociados. Métodos Se trata de un estudio transversal, de enfoque cuantitativo, realizado en una unidad de atención a pacientes en cuidados paliativos oncológicos exclusivos, de un hospital oncológico público de referencia nacional. La recopilación de datos fue realizada entre los meses de abril y mayo de 2020, mediante la utilización de dos instrumentos. En el análisis de los datos se utilizó el modelo de regresión de Poisson, con varianza robusta. Resultados La muestra estuvo compuesta por 71 profesionales que actuaban en la atención a pacientes con sospecha o diagnóstico confirmado de COVID-19. El resultado de nivel de estrés medio/alto fue prevalente en el 42,2 % de los profesionales, con una mayor predominancia entre enfermeros (65,0 %), que ejercen sus actividades en el período diurno (55,2 %) y que actúan hace más de ocho años en cuidados paliativos (45,1 %). Solamente las variables “cargo” y “vivir solo” presentaron una asociación significativa con el estrés medio/alto. Conclusión Ante los resultados obtenidos, es importante que las instituciones busquen medidas a través de intervenciones psicológicas y laborales para reducir los impactos mentales generados por el trabajo durante la COVID-19. Se sugiere que existe mayor estrés entre los enfermeros, ya que están involucrados en cuestiones asistenciales y burocráticas, lo que aumenta su responsabilidad ante el equipo, y los profesionales que viven solos debido a los impactos generados por el aislamiento y la falta de apoyo familiar cercano.