Resumo O Brasil vive hoje um superencarceramento e, em seu bojo, tem especial destaque o aumento da população carcerária nas unidades femininas. Este artigo tem como objetivo pensar, a partir de algumas linhas que conectam três pesquisas realizadas entre 2009 e 2017, no Rio de Janeiro, como se des/re/criam performatividades de gênero no contexto de unidades prisionais femininas. Para tal, convidamos algumas personagens, conjugando interlocutoras que habitaram os campos de pesquisa, para ingressarmos em uma Cartografia, perspectiva que costura um posicionamento ético, político e metodológico. Através de catuques e cartas como dispositivos de escrita, essas personagens se narram nas forças que compõem a trama de relações de poder, afeto e erotismo nas experiências de restrição e privação de liberdade. A partir disso, discutiremos como performatividades de gênero, conformando e transbordando categorias, compõem a paisagem prisional, habitada por intensidades, jogos, disputas e negociações, constituindo linhas que produzem variados arranjos de gênero e sexualidade.
Abstract Brazil deals today with a process of mass incarceration that has as one of its developments a stunning increase of the female prison population. This article’s objective is to think about gender performativities in female prisons and how they are done, undone and remade. For that, we will analyze three researches that took place in Rio de Janeiro from 2009 to 2017. In order to do so, we created three fictional characters conjugating elements of real people that we interviewed and that guide a cartography of female prisons. We use Cartography as a method and aesthetic/politic positioning and as a starting point. Through notes and scraps that are frequently used by those who are incarcerated, these characters will show themselves and the forces that connect the network of power relations, affection and eroticism in the experiences of restriction and deprivation of liberty. With and through them, we will discuss how gender performativities and identity categories comprise the prison landscape, inhabited by intensities, games, disputes and negotiations, constituting lines that produce varied arrangements of gender and sexuality.
Resumen Brasil vive hoy un superencarcelamiento y, en su conjunto, tiene especial destaque el aumento de la población carcelaria en las unidades femeninas. Este artículo tiene como objetivo pensar, a partir de algunas líneas que conectan tres investigaciones realizadas del 2009 al 2017, en Río de Janeiro, cómo se des/re/crean performatividades de género en el contexto de las prisiones femeninas. Para esto, invitamos a algunos personajes, conjugando interlocutoras que habitaron los campos de investigación, para ingresar a una Cartografía, perspectiva que teje un posicionamiento ético, político y metodológico. A través de catuques y cartas como dispositivos de escritura, esos personajes se narran en las fuerzas que componen la trama de relaciones de poder, afecto y erotismo en las experiencias de restricción y privación de libertad. A partir de eso, discutiremos cómo performatividades de género, conformando y transbordando categorías, componen el paisaje penitenciario, habitado por intensidades, juegos, disputas y negociaciones, constituyendo líneas que producen variados arreglos de género y sexualidad.