Nos últimos anos a improvisação passou a figurar como um tema cada vez mais presente nos ambientes acadêmicos e hoje é considerada uma importante linha de pesquisa. A nossa reflexão sobre a livre improvisação, além de se apoiar em nossas experiências práticas, tem como uma das suas principais referências a obra do filósofo francês Gilles Deleuze de quem são emprestados conceitos fundamentais tais como, estratificação, território, plano de consistência, molaridade e molecularidade, corpo sem órgãos, ritmo, meios e ritornelo. Neste artigo, originalmente publicado no número 49, vol. 1 da revista Perspectives of New Music, trataremos de mostrar de que forma estes conceitos nos auxiliam a pensar e fundamentar a livre improvisação musical conforme a concebemos em nossos trabalhos práticos e teóricos.
Recently, improvisation has been integrated as a theme increasingly present in scholarly environments and it is now considered as an important line of research. Our thinking about free improvisation, besides relying on our practical experience, has the work of French philosopher Gilles Deleuze as a central reference from which we borrow key concepts such as stratification, territory, plan of consistency, molarity and molecularity, body without organs, rhythm, means and refrain. In this article, originally published in Perspectives of New Music, number 49, v.1, we will try to show how these concepts help us think and support the free musical improvisation as we conceive it in our practical and theoretical work.