OBJETIVO: Analisar o estado parasitológico de famílias de comunidade indígena após instituição de medidas de controle para enteroparasitos. MÉTODOS: Estudo longitudinal realizado entre 2004 e 2006 com 447 pessoas da etnia Kaingáng, no município de Cândido de Abreu, PR. As medidas de controle de enteroparasitos foram: melhorias sanitárias em 2003, tratamentos antiparasitários realizados durante o período de estudo e atividades de educação em saúde iniciadas em 2005. Foram obtidos indicadores parasitológicos de saúde em três inquéritos coproparasitológicos em 2004, 2005 e 2006 quando foram coletadas 250, 147 e 126 amostras de fezes, respectivamente. Foram utilizados os métodos de sedimentação espontânea, centrífugo-flutuação e Kato/Katz. As condições de moradia e higiene foram determinadas utilizando-se questionário aplicado a 69 (2004), 57 (2005) e 38 (2006) das 90 famílias. RESULTADOS: As prevalências totais de enteroparasitos de 2004-06 foram, respectivamente: 91,6%, 94,6% e 87,3%, sem redução significativa. A prevalência de algumas espécies reduziu enquanto que a de outras aumentou significativamente. As infecções de alta intensidade por geoelmintos apresentaram taxas menores de 2% no período do estudo. Houve aumento nas taxas de entrevistados que relataram usar o banheiro (p<0,005) de 38,8% para 71,1% e ter tomado antiparasitário (p=0,001) de 70,2% para 100,0%. CONCLUSÕES: Houve melhora significativa de indicadores parasitológicos de saúde da população como a redução na prevalência de algumas espécies de enteroparasitos, além da manutenção de baixa carga parasitária, mostrando a importância de se associar o tratamento antiparasitário às melhorias sanitárias.
OBJECTIVE: To analyze the parasitological state of families in an indigenous community after institution of enteroparasite control measures. METHODS: A longitudinal study was conducted between 2004 and 2006 among 447 individuals of the Kaingáng ethnic group, in the municipality of Cândido de Abreu, Southern Brazil. The enteroparasite control measures were: sanitation improvements in 2003, antiparasite treatments that were administered during the study period, and health education activities that were started in 2005. Parasitological health indicators were obtained through three coproparasitological surveys (in 2004, 2005 and 2006), in which 250, 147 and 126 stool samples, respectively, were collected. These were evaluated using the spontaneous sedimentation, centrifugation-flotation and Kato-Katz methods. Housing and hygiene conditions were assessed by means of a questionnaire applied to 69 (2004), 57 (2005) and 38 (2006) of the 90 families. RESULTS: The overall prevalences of enteroparasites were 91.6% (2004), 94.6% (2005) and 87.3% (2006) and did not show any significant reduction. The prevalence of some species decreased, while the prevalence of others increased significantly. High-intensity infections due to geohelminths presented rates of less than 2% over the study period. The proportion of the interviewees who reported using a toilet increased from 38.8% to 71.1% (p< 0.005) and the proportion taking antiparasite agents increased from 70.2% to 100% (p= 0.001). CONCLUSIONS: There were significant improvements in the parasitological health indicators, such as reductions in the prevalence of some species of enteroparasites and maintenance of a low parasite load, thus showing the importance of combining antiparasite treatment with sanitation improvements.
OBJETIVO: Analizar el estado parasicológico de familias de comunidad indígena posterior a la institución de medidas de control para enteroparásitos. MÉTODOS: Estudio longitudinal realizado entre 2004 y 2006 con 447 personas de la etnia Kaingáng, en el municipio Cândido de Abreu, Sur de Brasil. Las medidas de control de enteroparásitos fueron: mejorías sanitarias iniciadas en 2003, tratamientos antiparasitarios realizados durante el período de estudio y actividades de educación en salud iniciadas en 2005. Fueron obtenidos indicadores parasicológicos de salud en tres pesquisas coproparasitológicas en 2004, 2005 y 2006 cuando fueron colectadas 250, 147 y 126 muestras de heces, respectivamente. Fueron utilizados los métodos de sedimentación espontánea, centrífugo-fluctuación y Kato/Katz. Las condiciones de vivienda e higiene fueron determinadas utilizándose cuestionario aplicado a 69 (2004), 57 (2005) y 38 (2006) de las 90 familias. RESULTADOS: Las prevalencias totales de enteroparásitos de 2004-06 fueron, respectivamente, 91,6%, 94,6% y 87,3%, sin reducción significativa. La prevalencia de algunas especies disminuyó, mientras que la de otras aumentó significativamente. Las infecciones de alta intensidad por geohelmintos presentaron tasas menores de 2% en el período de estudio. Hubo aumento en las tasas de entrevistados que relataron usar el baño (p<0,005) de 38,8% para 71,1% y haber tomado antiparasitario (p=0,001) de 70,2% para 100,0%. CONCLUSIONES: Hubo mejora significativa de indicadores parasicológicos de salud de la población como la reducción en la prevalencia de algunas especies de enteroparásitos, además del mantenimiento de baja carga parasitaria, mostrando la importancia de asociarse el tratamiento antiparasitario a las mejorías sanitarias.