Descrevem-se o estado nutricional, o padrão de consumo alimentar, a ingestão energética (IE) e a freqüência da atividade física de lazer de 65 operários (19 a 58 anos de idade) do sexo masculino na perspectiva de construção de um sistema de vigilância (SISVAN) numa empresa de metalurgia do Rio de Janeiro, Brasil. O IMC médio foi de 25,0kg/m² (44,6% tinham sobrepeso SP), a IE, de 3.209,1kcal/dia com 17,8; 21,8 e 60,6% de proteínas, lipídios e glicídios, respectivamente. Os alimentos mais freqüentemente consumidos foram arroz, feijão, pão, café, açúcar, manteiga, suco, leite, refrigerante, bife e frango. O consumo de leguminosas, hortaliças, frutas, carnes e ovos ultrapassou o recomendado. Dos trabalhadores com SP, 79,0% apresentaram balanço energético (BE) negativo. Os resultados mostraram um paradoxo a ser enfrentado pelo SISVAN: alta prevalência de SP, mas com BE negativo e com dieta com padrão qualitativo bem variado; e, ainda, prática de alguma atividade física de lazer por metade dos trabalhadores. Pode ser que esse aparente paradoxo seja causado por superestimativa dos requerimentos energéticos ou subestimativa da ingestão, fatores que não podem ser determinados na presente análise.
Nutritional status, dietary and leisure-time physical activity patterns, and energy intake of 65 male metalworkers aged 19 to 58 years from Rio de Janeiro, Brazil, are described in the context of a surveillance build-up system. Mean body mass index was 25.0kg/m² (44.6% of the workers were overweight), and mean daily energy intake was 3,209.1kcal, with a macronutrient distribution of 17.8%, 21.8%, and 60.6% of protein, lipids, and carbohydrates, respectively. The most frequently eaten foods were rice, beans, bread, coffee, sugar, butter, juice, whole milk, soda, beef, and poultry. Vegetable, fruit, meat, and egg intakes were higher than the Food Pyramid Guide suggested portions. The results show a paradox for a surveillance system: (1) high prevalence of overweight, but dietary macronutrients within internationally recommended levels; (2) a well-balanced dietary pattern; and (3) some leisure-time physical activity in half of the workers.