Os pacientes com artrite idiopática juvenil (AIJ) podem apresentar alterações no metabolismo ósseo e no crescimento esqueletal, além de danos na articulação temporomandibular (ATM), o que pode gerar alterações extraorais e/ou intraorais, acarretando distúrbios craniofaciais. Nosso objetivo é promover uma revisão da literatura sobre as alterações orofaciais em pacientes com AIJ. Dentre os distúrbios orofaciais em pacientes com AIJ, as mudanças no crescimento mandibular, geradas por disfunções na região da ATM, parecem de grande prevalência nesses pacientes. As alterações mais encontradas são: retrognatismo, micrognatia, mordida aberta anterior, apinhamento dentário, assimetria facial e limitação de abertura de boca. Assim, o reumatologista torna-se uma peça-chave na detecção precoce dessas disfunções, ajudando no encaminhamento do paciente ao dentista. O diagnóstico, por sua vez, deve ser realizado pelo ortodontista, utilizando exames clínico e de imagem, o que possibilita tratamento precoce e prognóstico favorável. Distúrbios na ATM devem ser tratados de forma multidisciplinar, incluindo tratamento farmacológico para o controle da dor e tratamento odontológico por meio de aparelhagem funcional e/ou ortodôntica, fisioterapêutico e por vezes fonoaudiológico. Concluímos que dentre os distúrbios orofaciais em pacientes com AIJ, as mudanças no crescimento mandibular geradas por disfunções na região da ATM parecem de grande prevalência. Tais disfunções podem promover, principalmente, mordida aberta, retrusão mandibular, micrognatia, apinhamento dentário e assimetria facial. O reumatologista pode detectar tais alterações precocemente, encaminhando o paciente de imediato a uma equipe que deve ser, preferencialmente, multidisciplinar, composta por ortodontista, fisioterapeuta e fonoaudiólogo, visando reduzir futuras complicações oclusais e de crescimento mandibular.
Patients with juvenile idiopathic arthritis (JIA) can have alterations in bone metabolism and skeletal growth, as well as damage to the temporomandibular joint (TMJ), which can generate extra and/or intraoral alterations, resulting in craniofacial disorders. Our goal is to carry out a review of the literature on orofacial alterations in patients with JIA. Among the orofacial disorders in patients with JIA, alterations in mandibular growth, caused by dysfunctions in the TMJ region, seem highly prevalent in these patients. The most often found alterations are: retrognathia, micrognathia, anterior open bite, dental crowding, facial asymmetry and mouth opening limitation. Thus, the rheumatologist becomes a key agent in the early detection of these disorders, helping with patient referral to a dentist. The diagnosis, in turn, should be performed by the orthodontist, using clinical examination and imaging methods, allowing early treatment and a favorable prognosis. TMJ disorders should be treated by a multidisciplinary team, including pharmacological treatment for pain control and dental care through functional appliance and/or orthodontic therapy, physical therapy and sometimes, speech therapy. We conclude that among the orofacial disorders in patients with JIA, alterations in mandibular growth generated by dysfunctions in the TMJ region seem highly prevalent. Such dysfunctions can cause mainly open bite, mandibular retrusion, micrognathia, dental crowding and facial asymmetry. The rheumatologist can detect these alterations at an early stage, with immediate patient referral to a team that should preferably be a multidisciplinary one, consisting of an orthodontist, physical therapist and speech therapist, to reduce future occlusal and mandibular growth complications.