Objetivou-se avaliar a estrutura populacional e a relação desta com o progresso genético ocorrido em características de crescimento em rebanhos da raça Guzerá do Nordeste do Brasil. Foram utilizadas informações de pedigree e dados do peso corporal ajustado para 205, 365 e 550 dias de idade de animais nascidos no período de 1976 a 2007. O intervalo médio de geração por passagem gamética foi de 7,9 ± 4,4 anos, assim estratificado: Pai-Filho (7,5±4,5 anos); Pai-Filha (7,9±4,8); Mãe-Filho (7,8±4,2) e Mãe-Filha (7,9±3,9 anos). O coeficiente de endogamia apresentou tendência a crescer da segunda até a sétima geração, a passar de 0,17% para 2,06%, mas, ao se considerar apenas os animais endogâmicos, observou-se que o coeficiente médio de endogamia diminuiu, de 15,66% para 6,75% no período. O intervalo de geração foi alto. Para reduzi-lo é recomendável a utilização de touros jovens. O tamanho efetivo de população da raça na região foi entre 197 e 674 animais. Se analisado juntamente com a tendência de redução da endogamia nas últimas três décadas, evidencia existir potencial para ganho genético por seleção na raça, visto que o coeficiente de herdabilidade do peso corporal aos 365 e 550 dias de idade foi de tamanho moderado. Pela análise da tendência do ganho genético nas características do período avaliado, constatou-se que foi pequena diante de ganho fenotípico alto, o que indica que o progresso fenotípico observado foi decorrente, em sua maior parte, das melhorias realizadas no manejo.
The aim of this work was to evaluate the relationship of the population structure with the observed genetic progress for growth traits to Guzera beef cattle raised in the Northeast Region of Brazil. Pedigree data and weights adjusted to 205; 365 and 550 days of age of animals born from 1976 to 2007 were used. The intervals of generations per gamete passage were: 7.5±4.5 (Father-Son), 7.9±4.8 (Father-Daughter), 7.8±4.2 (Mother-Son), 7,9±3.9 (Mother-Daughter), with a mean interval of 7.9±4.4 years. The inbreeding coefficient showed the greatest growth from the second to the seventh generation, when increased from 0.17% to 2.06%, however, the average inbreeding in inbred animals decreased from 15.66% to 6.75% during the same period. The effective size presented values between 197 and 674 and along with the low inbreeding, they evidenced great potential for genetic gain. The generation interval was high, recommending the use of young bulls for decrease this interval and increase the genetic gains. The heritabilities indicate the possibility to reach genetic gains by selecting animals mainly for weights at 365 and 550 days of age. The significantly phenotypic gains should be attributed to improvements in the environment.