Para estudar a viabilidade da cultura do amendoim nos campos limpos e campos cerrados da região de Botucatu (SP), instalaram-se, em 1960-61, áreas de observação nas glebas Estrada (solo argilo-arenoso) e Rincão (solo arenoso) da fazenda Morrinhos. A área utilizada em cada gleba foi dividida em parcelas, que receberam os seguintes tratamentos: a) sem adubo; b) 2 t/ha de calcário; c) 30-60-30 kg/ha de N-P2O5-K2O; d) calcário + NPK. Em 1961-62, as parcelas diversamente tratadas no ano anterior foram subdivididas para a aplicação, ou não, de novas doses de calcário e de NPK (com diferentes níveis de cada elemento), bem como de uma mistura de micronutrientes. Em 1960-61, as respostas a NPK foram elevadas nas duas glebas, mas o efeito imediato da calagem só foi satisfatório na gleba Estrada. Todavia, os efeitos residuais da calagem e da adubação, observados em 1961-62, foram grandes nas duas glebas. Nesse ano, os resultados obtidos nos canteiros que não receberam calcário ou NPK no ano anterior, mostraram que a calagem e a adubação fosfatada foram os principais fatores do aumento de produção. Para evidenciar a pobreza dos solos estudados e a facilidade com que pôde ser corrigida, basta dizer que, na gleba Estrada, a produção de vagens, de 476 kg/ha nos canteiros que ficaram sempre sem calcário e sem adubo, elevou-se a 1.655 kg/ha, naqueles que só tinham resíduos de calcário e NPK aplicados no ano anterior, e atingiu 2.096 kg/lia, naqueles que receberam, sôbre êsses resíduos, nova adubação com 30-45-30 kg/ha de N-P2O5_K2O. Na gleba Rincão, a produção foi de apenas 333 kg/ha, nos canteiros sem qualquer tratamento, mas alcançou 2.065 e 2.224 kg/ha, respectivamente, nos que só tinham os citados resíduos e nos readubados com NPK. A influência do calcário e da adubação com NPK sôbre a qualidade das vagens também foi muito grande. Enquanto a proporção de sementes nas vagens variou, nas duas glelias, entre 70 e 73% nos tratamentos que receberam calcário + NPK, nos canteiros sem corretivo e sem adubo da gleba Estrada baixou a 34% e, nos da gleba Rincão, a tão somente 10% . Os fatôres mencionados contribuiram, ainda, para aumentar o teor de óleo nas sementes.
Two trials were conducted for two years on virgin areas of poor «campo» soils (a dark red latosol and a red-yellow latosol) of the Botucatu region, State of São Paulo, to study the possibility of using them for the peanut production with the aid of fertilizers. Of the compared treatments, phosphorus (ordinary superphosphate) and limestone were the principal yield increasing factors. The low fertility level of the soils and the ease of its correction can be evidenced by showing that, in the second year of the experiment on the dark red latosol, the «no lime, no fertilizer>> plots yielded 476 kg/ha (kilograms per hectare) of pods, the plots treated with lime + NPK only in the previous year, 1,655 kg/ha, and those additionally fertilized with NPK in the second year, 2,096 kg/ha. On the red-yellow latosol, the yields were, respectively, 333, 2,065, and 2,224 kg/ha. The rate of application of limestone was 2 metric tons per hectare; in the first and second years the NPK treatments corresponded to 30-60-30 and 30-45-30 kg/ha of N-P2O5-K2O, respectively. The lime and NPK treatments influenced considerably the quality of the pods. The shelling percentages varied between 70 and 73 in the lime + NPK plots of both soils, but decreased, respectively, to 34 and 10 in the «no treatment>> plots of the dark red latosol and the red-yellow latosol. Even the oil content of the seeds was appreciably increased by the mentioned treatments.