Abstract This paper addresses the strengthening of digital platforms in the Brazilian sex trade, analysing the configuration of the business model implemented and its impact on sex work. The study focuses on the erotic webcam industry, the first sex service managed by platforms in Brazil. The analysis results from a digital ethnography conducted between 2016 and 2020 on the two Brazilian webcamming platforms – Camera Hot and Camera Prive – and 15 in-depth interviews with sex workers. The results show that platforms decentralise the management, elaboration and sale of sexual and erotic services and content, as workers individually coordinate these processes and are responsible for their labour dynamics. Conversely, platforms centralise the technical and financial infrastructure, making workers more dependent on them. However, in order to promote centralisation and succeed, platforms must guarantee personal and financial safety to workers. Hence, pressure vectors in sex work go hand in hand with autonomy and safety vectors. This paper offers a contribution by looking into a precarious activity that is narrowly discussed in the current approaches to the platform economy. Further, it contributes to inquiries about the dominance of labour instability, highlighting the ambivalence of platforms to historically informal labour. trade industry Brazil 201 202 1 indepth depth management content dynamics Conversely infrastructure them However succeed Hence economy Further instability 20 2
Resumo Este artigo discute o avanço de plataformas digitais nos mercados de sexo e erotismo brasileiros, analisando a configuração dos modelos de negócio implementados e seus impactos no trabalho sexual. O estudo se concentra na indústria erótica de webcams, o primeiro serviço erótico-sexual gerenciado por plataformas no Brasil. A análise resulta de etnografia digital, desenvolvida entre 2016 e 2020 nas duas plataformas de webcamming brasileiras, Câmera Hot e Câmera Privê, e de 15 entrevistas em profundidade com trabalhadoras sexuais. Os resultados demonstram que as plataformas descentralizam a gestão, elaboração e venda de serviços e conteúdo erótico-sexual, visto que as trabalhadoras coordenam individualmente esses processos, sendo responsáveis por suas dinâmicas laborais. Em contrapartida, as plataformas centralizam a infraestrutura técnica e financeira, tornando as trabalhadoras mais dependentes de seus espaços. Entretanto, visando promover a centralização e progredir, as plataformas precisam garantir segurança pessoal e financeira às trabalhadoras. Destarte, vetores de pressão ao trabalho sexual são acompanhados de vetores de autonomia e segurança. Este texto traz uma contribuição ao tratar de uma atividade precária e pouco discutida nas abordagens da economia de plataformas digitais. Adicionalmente, contribui para questionar a dominância do vetor de precarização, evidenciando as ambiguidades das plataformas em trabalhos historicamente informalizados. brasileiros webcams eróticosexual erótico Brasil digital 201 202 brasileiras Privê 1 sexuais gestão eróticosexual, sexual, processos laborais contrapartida espaços Entretanto progredir Destarte Adicionalmente precarização informalizados 20 2