Resumo Introdução: A educação terapêutica e a informação dada à pessoa com diabetes parece ser importante nesta doença de prevalência crescente. Estudar a efetividade da informação escrita dada ao utente diabético, após 6 meses, no controle e na adesão terapêutica. Método: Ensaio clínico não farmacológico. Amostra aleatorizada de diabéticos de 65 médicos de família voluntários, distribuídos pelas cinco regiões de Portugal continental. Na primeira consulta, as pessoas foram aleatorizadas (em grupos de intervenção com folhetos validados e grupo controle) e foi reforçada a leitura do folheto nas consultas de seguimento até 6 meses. Foram recolhidas as seguintes informações: HbA1c, glicemias em domicílio, peso, altura, perímetro abdominal, pressão arterial, cigarros fumados, atividade física praticada, adesão terapêutica, medicamentos tomados, tempo de evolução da diabetes, idade, sexo e educação. Estatística descritiva e inferencial. Resultados: Das 709 pessoas recrutadas, foram estudadas 702, sem diferenças significativas para as variáveis epidemiológicas medidas. Aos seis meses da intervenção, a adesão à terapêutica farmacológica melhorou mais no grupo que recebeu folheto (p=0,034), nas pessoas com menos de 65 anos (p=0,027), com diabetes há cinco anos ou menos (p=0,010), com formação de até quatro anos (p=0,030) e até nove anos (p=0,006) e com a HbA1c ≥ 7% no início do estudo (p=0,008). Conclusão: Folhetos dados nos cuidados de saúde primários a pessoas com diabetes tipo 2 podem beneficiar a adesão terapêutica a curto prazo, nomeadamente em pessoas mais novas e com menor formação.
Summary Introduction: Diabetes therapeutic education and information by leaflets is important. This study aimed to understand the effectiveness of written information to diabetic patients, after six months, in the control of diabetes and medication adherence. Method: Non-pharmacological clinical trial. Randomized sample of diabetic patients of 65 volunteer doctors, distributed among the five health regions in Portugal. At the first appointment, patients were randomized in four groups (three intervention with validated leaflets and one control), leaflet reading being reinforced at the follow-up appointments in a 6-months period. Variables collected: HbA1c, home blood glucose, weight, waist circumference, blood pressure, cigarettes smoked, physical activity level, adherence to medication, medication, height, diabetes progression, age, sex and educational background. Descriptive and inferential statistics. Results: From the 709 patients recruited, 702 were studied in this 6-months period with no statistical differences in the baseline variables studied. After six months of intervention, the adherence to medication improved in the leaflet group (p=0.034). This was noticed in those under 65 years of age (p=0.027), with diabetes for ≤ 5 years (p=0.010), with educational background up to 4 years (p=0.030) and 9 years (p=0.006) and with HbA1c ≥ 7% at the beginning of the study. Conclusion: Interventions with leaflets handed in primary healthcare to people with diabetes type 2 can bring benefits in what concerns adherence to therapeutics, namely in younger people with a less studies.