Resumo Fundamento: Até o momento, diversos escores de risco baseados em pacientes foram estabelecidos para a predição de mortalidade em pacientes com infarto do miocárdio com supradesnivelamento do segmento ST (IAMCSST). O escore de Gensini foi originalmente desenvolvido para quantificar a gravidade de doença arterial coronariana (DAC). Objetivos: Avaliar a associação entre a gravidade de DAC avaliada pelo escore de Gensini e mortalidade intra-hospitalar em pacientes com IAMCSST submetidos à intervenção coronária percutânea primária (ICP-P). Métodos: Foram incluídos 539 pacientes com IAMCSST, submetidos à ICP-P dentro das primeiras 12 horas do início dos sintomas. A gravidade da DAC foi expressa como a soma do escore de Gensini para cada lesão. Variáveis demográficas, anamnese e características clínicas dos pacientes, bem como eventos hospitalares significativos, foram obtidos de relatórios médicos. Resultados: Dos 539 pacientes, 416 (77,2%) eram do sexo masculino, e a idade média era 59,14 ± 12,68 anos. A taxa de mortalidade intra-hospitalar foi de 5,4% (29 pacientes, 16 homens). A taxa de mortalidade foi de 10,5% em pacientes do sexo feminino e 3,8% em pacientes do sexo masculino (P = 0,004). Os escores de Gensini médios mostraram-se significativamente diferentes na comparação entre pacientes que sobreviveram (54,54 ± 26,34) e aqueles que foram a óbito (80,17 ± 26,51) (P = 0,001). O modelo de análise multivariada de regressão de Cox de risco proporcional revelou que o escore de Gensini (P = 0,037), o sexo feminino (P = 0,039), níveis séricos de ureia (P = 0,041), níveis de ácido úrico (P = 0,008) e FEVE (P = 0,001) estavam independentemente associados à mortalidade intra-hospitalar em pacientes com IAMCSST submetidos à ICP-P. Conclusões: O escore de Gensini está independentemente associado à mortalidade intra-hospitalar em pacientes com IAMCSST tratados com ICP-P. Portanto, o escore pode ter um papel importante na estratificação de risco de pacientes com IAMCSST.
Abstract Background: To date, several validated patient-based risk scores have been established to predict mortality and morbidity in patients presenting with ST-segment elevation myocardial infarction (STEMI). The Gensini score was originally developed to quantify the severity of coronary artery disease (CAD). Objectives: We intend to assess the association between severity of CAD assessed by Gensini score and in-hospital mortality in patients with STEMI undergoing primary percutaneous coronary intervention (P-PCI). Methods: A total of 539 patients presenting with acute STEMI, who underwent P-PCI within the first 12 hours from the onset of symptoms, were included. The severity of CAD was expressed as the sum of the Gensini scores for each lesion. Patients' demographic variables, medical histories and clinical features, as well as in hospital major adverse events were obtained from the medical reports. Results: Of these 539 patients, 416 (77.2%) were male and mean age was 59.14 ± 12.68 years. In-hospital mortality rate was 5.4% (29 patients; 16 men). Mortality rate was 10.5% in female patients and 3.8% in males (P = 0.004). Mean Gensini scores were significantly different in the comparison between patients who survived (54.54 ± 26.34) and those who died (80.17 ± 26.51) (P = 0.001). The multivariable Cox proportional hazards regression analysis model revealed that the Gensini score (P = 0.037), female gender (P = 0.039), serum urea levels (P = 0.041), uric acid levels (P = 0.008) and LVEF (P = 0.001) were independently associated with in-hospital mortality in patients with STEMI undergoing P-PCI. Conclusion: The Gensini score is independently associated with in-hospital mortality in STEMI patients treated with P-PCI. Therefore, it might play an important role in risk stratification of STEMI patients.