Abstract Chronic pain raises the question of a diagnosis that is always delayed and uncertain, subject to revision (or controversy) between different doctors; it is not only an organic condition, but, above all, a social one, since it resonates strongly throughout the network of each patient’s relationships with others. The individual, prey to chronic pain, suffers, but he/she is also in suffering; as is often said of a letter that has never reached its addressee, it is suspended, waiting, provisionally without destination. Immersed in the said liminal situation, he/she is no longer here or elsewhere, he is neither meat nor fish, he is neither from here nor elsewhere, rather he/she is marked by otherness, divided between references that no longer apply to him/her, in resonance with the patient’s sense of identity.

Resumen El dolor crónico plantea la cuestión de un diagnóstico siempre diferido e inseguro, sujeto a revisión o a controversia entre diferentes médicos; es una afección no sólo orgánica, sino, sobre todo, social, porque resuena con fuerza en la red de relaciones con los otros. El individuo, presa del dolor crónico, sufre, pero él también está en sufrimiento, como se suele decir de una carta que nunca ha llegado a su destinatario, está en suspenso, en espera, provisionalmente sin destino. Inmerso en su situación liminal, ya no está aquí ni en otro lugar, no es ni carne ni pescado, no es de aquí ni de otro lado, está marcado por la alteridad, dividido entre referencias que ya no se aplican a su persona y que resuenan en su sentimiento de identidad.

Resumo O objetivo deste artigo é resgatar a ambivalência e a complexidade da noção de risco. A existência individual oscila entre vulnerabilidade e segurança, risco e prudência. Como a existência nunca é dada de antemão, o gosto pela vida a acompanha e evoca o sabor de todas as coisas. Não assumir um risco não é menos um risco, o do esclerosamento, do aprisionamento nas rotinas. É condenar-se a nunca transformar as coisas, mesmo que pudessem ser melhores; por exemplo, manter-se em estado de sujeição ou sofrimento, ser impotente para inventar-se.

Ambivalences of the risk The purpose of this article is to recall the ambivalence and complexity of the notion of risk. Individual existence oscillates between vulnerability and security, risk and prudence. Because existence is never given in advance, it is accompanied by the taste of life that recalls the flavour of everything. Do not take a risk is no less a risk, that of being stiffened, swallowed by routine. It is to doom oneself to never changing things even if they are not the best ones - for example to stay in a state of subjection or misery, to be powerless to invent oneself.

Résumé L'objectif de cet article est de rappeler l'ambivalence et la complexité de la notion de risque. L’existence individuelle oscille entre vulnérabilité et sécurité, risque et prudence. Parce que l'existence n'est jamais donnée par avance dans son déroulement le goût de vivre l'accompagne et rappelle la saveur de toute chose. Ne pas prendre de risque n’en est pas moins un risque, celui de la sclérose, de l’engluement dans les routines. C’est se condamner à ne jamais transformer les choses même si elles ne sont pas les meilleures, par exemple se maintenir dans un état de sujétion ou de mal être, être impuissant à s’inventer.

Resumo Neste número da revista Sociologias, ao lado de “corpos e emoções”, soma-se a ideia de “risco” a fim de incorporar à reflexão sociológica o grau de incerteza no qual se desenrolam as relações sociais cotidianas. O corpo, do ponto de vista sociológico, é compreendido como signo das relações sociais, que encerra um conjunto de representações da vida individual e coletiva, e que compõe uma gramática que se tornou objeto particular de uma sociologia especializada constituída contemporaneamente e que já consolidou diferentes frentes de pesquisa. As emoções, por sua vez, não estão separadas do seu suporte, seu veículo expressivo, o corpo. Estas, em sociologia ou antropologia, frutos da observação e análise das relações sociais, também não podem ser tratadas como substância, entidade que antecipa ou contradiz as ações humanas, mas sim como uma dimensão da vida afetiva que se modifica constantemente por conta da infinidade de possibilidades de interação humana. Nos interstícios dos corpos e das emoções, a noção de risco nos revela as incertezas da existência individual que sempre oscila entre a vulnerabilidade e a segurança, o impulso e a sensatez. A fim de desnaturalizar e relativizar tais noções, este dossiê apresenta artigos derivados de diferentes abordagens teóricas e metodológicas empreendidas por pesquisadores do Brasil, Argentina, México e França.

Abstract In this issue of Sociologias, we bring discussions around “bodies and emotions”, adding the idea of “risk”, in order to incorporate into the sociological reflection the degree of uncertainty that daily social relations entail currently. The body, from the sociological point of view, is understood as a sign of social relations, encompassing a set of representations of both individual and collective life, which composes a grammar that constituted a particular subject of a specialized field of contemporary sociology that has consolidated different research strands. Emotions, in turn, are not separate from their support, their expressive vehicle, the body. These, in sociology or anthropology, while the fruit of observation and analysis of social relations, cannot be treated either as substance, entity that anticipates or contradicts human actions, but as a dimension of affective life that is constantly changing due to the infinite possibilities of human interaction. In the interstices of bodies and emotions, the notion of risk reveals to us the uncertainties of individual existence that always oscillate between vulnerability and security, impetus and judgment. In order to denaturalize and relativize such notions, this dossier presents articles that stem from different theoretical and methodological approaches undertaken by researchers from Brazil, Argentina, Mexico and France.

Résumé Dans ce numéro de Sociologias, à côté de « corps et émotions », la notion de « risque » est ajoutée afin d’intégrer dans la réflexion sociologique le degré d’incertitude dans lequel se développent les relations sociales quotidiennes. Le corps, du point de vue sociologique, est compris comme un signe de relations sociales, renfermant un ensemble de représentations de la vie individuelle et collective, composant une grammaire devenue un objet particulier d'une société spécialisée dans la sociologie contemporaine et ayant déjà consolidé différents fronts de recherche. Les émotions, à leur tour, ne sont pas séparées de leur soutien, de leur véhicule expressif, le corps. Celles-ci, en sociologie ou en anthropologie, issues de l'observation et de l'analyse des relations sociales, ne peuvent être traitées ni comme une substance, comme une entité anticipant ou contredisant les actions humaines, mais comme une dimension de la vie affective en perpétuelle mutation du fait de l'infini possibilités d'interaction humaine. Dans les interstices des corps et des émotions, la notion de risque nous révèle les incertitudes de l'existence individuelle qui oscillent toujours entre vulnérabilité et sécurité, force et sagesse. Afin de dénaturaliser et de relativiser ces notions, nous présentons des articles issus de différentes approches théoriques et méthodologiques entreprises par des chercheurs du Brésil, de l’Argentine, du Mexique et de la France.

En este artículo se examina la importancia del rostro en las sociedades occidentales como eje de la identidad, a través de la ambigüedad de lo sagrado que se expresa en la dicotomía santidad/mancha. El papel del rostro es analizado desde la óptica de las relaciones amorosas donde el rostro es objeto de admiración y desde el racismo, donde el rostro pierde su especificidad siendo usado como instrumento para la deshumanización del otro. Asimismo se analizan las consecuencias de la desfiguración en la identidad del individuo, el proceso de envejecimiento y lo que éste origina en una sociedad obsesionada con la juventud y la belleza.

This article examines the importance of the face in Western societies as the axis of identity, through the ambiguity of the sacred that is expressed in the dichotomy sanctity/ uncleanliness. The role of the face is analyzed from the points of view of romantic relationships, where the face is the object of admiration, and from racism, where the face loses its specificity and is used to dehumanize the other. Likewise, the article analyzes the consequences of disfiguration for the identity of the individual, the process of aging and how it originates in a society that is obsessed with youth and beauty.

Neste artigo, examina-se a importância do rosto nas sociedades ocidentais como eixo da identidade, através da ambiguidade do sagrado exprimida na dicotomia santidade/ mancha. O papel do rosto é analisado a partir da óptica das relações amorosas, nas quais o rosto é objeto de admiração, e do racismo, em que o rosto perde sua especificidade para ser usado como instrumento da desumanização do outro. Do mesmo modo, analisam-se as consequências da desfiguração na identidade do indivíduo, o processo de envelhecimento, e o que este gera em uma sociedade obsessiva pela juventude e pela beleza.