O objetivo neste artigo é analisar de que forma trabalhadores de uma empresa utilizaram o humor para manifestar-se contra demissões e terceirizações ocorridas nos anos 2000. Enquanto ela pregava a implantação de uma nova maneira de ser da empresa, que seria mais moderna, transparente e participativa, os trabalhadores produziram dois vídeos, postados no YouTube, para contar outra história, ridicularizar o discurso oficial e protestar. Ao combinar a utilização do humor com a Internet, os trabalhadores demonstraram sua capacidade de atualizar-se e encontrar novas formas de manifestar-se diante das situações vividas por eles, o que parece ter ampliado seu poder na luta simbólica. Embora as demissões e terceirizações não tenham sido revertidas, a "nova" gestão foi substituída pelos acionistas após dois anos de mandato. Os vídeos foram analisados a partir da técnica de análise de discurso de base francesa, que considera textos orais e escritos como discursos, e com o suporte da semiótica para a análise das imagens que acompanham a letra. A análise indica que os trabalhadores denunciam o rompimento do contrato psicológico estabelecido pela empresa, que se baseava na estabilidade do emprego. Os autores dos vídeos associam a empresa a uma figura feminina, ora mãe, ora amante, e o trabalho nela como algo que estava predestinado em sua vida. Eles demonstram o sentimento de abandono e traição, condizente com esse tipo de situação.
The aim of this article was to analyze how the workers from EMPRESA employed humor to protest against resignations and outsourcing, which took place in the 2000's.While the steel company proposed the implantation of the "new way of being EMPRESA", which would be more modern, clearer, and participative, the workers produced and posted two videos on YouTube to tell their own history ridicularize the official discourse and protest. By using the combination of humor and the internet, the workers demonstrated their capacity of updating themselves and finding new ways to protest against their current living situation, which appeared to have increased their power in a symbolic fight. Although the resignations and outsourcing were not reversed, the "new" management was replaced by the stokeholders after two years of their mandate. The videos were analyzed by the French-based discourse analysis technique, which considered oral and written texts as discourses and with the support of semiotic methods to analyze the images associated with their words. The analyses indicated that the workers denounced the rupture of their psychological contract established with the company. The authors of the video associated the company with a female figure, sometimes a mother, sometimes a lover and the work in the factory as something fated in their lives They demonstrated their feelings of neglect and betrayal, which were coherent with this type of situation.
El objetivo de este artículo es analizar de qué forma los trabajadores de la EMPRESA han utilizado el humor para manifestarse en contra de renuncias y tercerizaciones ocurridas en la década de 2000. Mientras la acería manifestaba la implantación de una "nueva manera de ser EMPRESA", que seria más moderna, transparente y participativa, los trabajadores produjeron dos videos, y los subieron al YouTube, para contar otra historia, ridiculizar el discurso oficial y protestar. Al combinar el humor con la internet, los trabajadores demostraron su capacidad de actualizarse y encontrar nuevas maneras de manifestarse en contra de las situaciones que viven, lo que parece ampliar su poder en la lucha simbolica. Aunque las renuncias y tercerizaciones no hayan sido revertidas, la "nueva" gestión fue remplazada por los accionistas después de apenas dos años de mandato. Los videos fueron analizados a partir de la técnica de análisis de discurso de base francesa, que considera textos orales y escritos formas de discurso, y usa el soporte de la semiótica para análisis de las imágenes que acompañan la letra. La análisis indica que los trabajadores denuncian la ruptura del contrato psicológico establecido por la empresa. Los autores del video asocian la empresa a una figura femenina, a veces madre, a veces amante, y el trabajo en la planta como algo que estaba predestinado en su vida. Ellos demostraron el sentimiento de abandono y traición que condice con este tipo de situación.