RESUMO Este trabalho tem como objetivo compreender, a partir das lógicas territoriais da cidade e das atividades da extensão universitária do Projeto Conviver, mesmo em tempos de pandemia, como as suas ações podem representar possibilidades de desenvolver o sentimento de pertencimento e a inclusão do morador no contexto do turismo local na cidade de Ouro Preto em Minas Gerais. O projeto propõe inserir, na atividade turística e cultural, pessoas em situação de vulnerabilidade social dos Centros de Referências em Assistência Social (CRAS) e Abrigos Institucionais de Ouro Preto, capacitando-os para geração de renda e incentivo a apropriação da cidade por meio da interdisciplinaridade entre planejamento turístico, psicologia socioambiental, direitos humanos e participação popular. Os procedimentos metodológicos adotados foram: revisão bibliográfica, realização de entrevistas em profundidade e observação participante nas atividades presenciais e remotas do projeto. Pode-se considerar que a cidade vem ao longo do tempo sofrendo modificações socioespaciais, ao usarem os espaços da cidade, ao darem significado e sentido a determinados lugares, esses moradores constroem e demarcam territórios por onde circulam. Antes mesmo do advento da pandemia, a centralidade das atividades, cada vez mais apontava para um aumento no grau de isolamento físico e simbólico dos moradores na cena turística, e consequentemente, da sensação de não fazer parte dele. No contexto da pandemia, as novas tecnologias possibilitaram a recriação de experiências na cidade e estímulo a novas formas de sociabilidades , proporcionando a troca de experiências entre os participantes em um espaço urbano híbrido de convívio.
ABSTRACT This communication aims to understand, from the territorial logic of the city and the activities of the Conviver project, even in times of pandemic, how their actions can represent possibilities to develop the feeling of belonging and the inclusion of the resident in the context of local tourism. It was built from bibliographic review and participant observation in the face-to-face and remote activities of the project. It can be considered that the city has been undergoing socio-spatial changes over time, when using city spaces, when giving meaning and sense to certain places, these residents build and demarcate territories where they circulate. Even before the advent of the pandemic, the centrality of activities, increasingly pointed to an increase in the degree of physical and symbolic isolation of residents in the tourist scene, and consequently, the feeling of not being part of it. In the context of the pandemic, new technologies made it possible to recreate experiences in the city and stimulate new forms of sociability, providing the exchange of experiences between participants in a hybrid urban space of conviviality.