Resumo O artigo analisa o impacto de um documentário sobre o cotidiano de mães e filhos com deficiência, exibido em congressos, festivais, universidades e escolas no Brasil, Colômbia e Japão. Produzido por profissionais do cinema e da saúde, cientistas sociais e uma rede de mulheres, o longa metragem “Um dia especial” foi premiado no Assim Vivemos – VI Festival Internacional de Filmes sobre Deficiência (2013-2014). O objetivo é analisar o impacto do filme e sua difusão entre profissionais e estudantes de saúde e educação. Adotou-se uma metodologia de cinedebates que foram gravados, transcritos e codificados. O circuito percorreu 22 localidades com uma ou mais exibições para 3.370 pessoas, das quais nove apresentações foram analisadas. Guiaram as interpretações as noções de relato de vida, pacto biográfico, imaginário e representação social. Foram analisadas as questões de gênero, família e cuidado materno; reações, adaptações e convivência após o diagnóstico da deficiência; discriminação e preconceito; escola e inclusão. O estudo fundamenta como a força comunicativa e expressiva do cinema torna-se uma potente tecnologia social para trabalhar gênero, maternidade e deficiência como um tema relevante e estratégico para a saúde pública no país.
Abstract The article analyzes the impact of a documentary on the daily lives of mothers and children with disabilities, exhibited at conferences, festivals, universities and schools in Brazil, Colombia and Japan. Produced by film and health professionals, social scientists and a women’s network, the feature film “A special day” was awarded at Assim Vivemos VI International Disability Film Festival (2013-2014). The objective is to analyze the impact of the film and its diffusion among professionals and students from health and education areas. We adopted a methodology of cine debates that were recorded, transcribed and coded. The circuit toured 22 locations with one or more exhibitions for 3.370 people, of which nine presentations were analyzed. Our interpretations were guided by the notions as life account, biographical pact, imaginary and social representation. We analyzed gender issues, family and maternal care; reactions, adaptations and life after the diagnosis of disabilities; discrimination and prejudice; school and inclusion. The study showed that the communicative and expressive power of film becomes a powerful social technology to address gender, maternity and disability as an important and strategic issue for public health in the country.