OBJETIVO: Descrever relações entre controle de injúrias e pediatria contextual. FONTES DOS DADOS: Revisão quase-sistemática dos bancos MEDLINE, SciELO e LILACS, usando combinações das seguintes palavras: contextual, comunidade, injúria, acidente e violência; revisão não-sistemática de capítulos de livros e artigos clássicos. SÍNTESE DOS DADOS: A segurança depende de uma interação entre hábitos familiares, normas culturais e entorno. A pediatria contextual vê a criança, a família e a comunidade como um conjunto contínuo. Um de seus pontos-chave é o diagnóstico de saúde (observação seqüencial dos problemas e trunfos). Alterar fatores intrapessoais de injúrias requer a aplicação de estratégias passivas e ativas. Fatores familiares e culturais de risco de injúria: superpopulação do domicílio, mudanças de endereço, pobreza, pais jovens, analfabetos e desempregados. Principais fatores da vizinhança: privação material e trânsito. Fatores culturais: analfabetismo, produtos inseguros, transporte de massa insuficiente, armas de mão, ambientes de trabalho sem normas de segurança, organização comunitária precária, falta de comunicação entre setores sociais, legislação inadequada, baixa prioridade da segurança entre as ações do governo, escassez de recursos econômicos e baixo comprometimento acadêmico com o campo da segurança. CONCLUSÕES: Os papéis do pediatra são reforçar o relacionamento longitudinal com as famílias, trabalho interdisciplinar integrado, intervenção construtiva, parceria com a comunidade, orientação sobre os riscos de injúria inerentes a cada etapa do desenvolvimento, por meio de listas com processo e conteúdo explícitos e entrega de material escrito. Advogar ativamente pela promoção da segurança, em instâncias variadas, além do âmbito clínico.
OBJECTIVE: To describe the relationship between injury control and contextual pediatrics. SOURCES OF DATA: Quasi-systematic review of MEDLINE, SciELO and LILACS databases, using combinations of the words contextual, community, injury, accident and violence; and non-systematic review of book chapters and classic articles. SUMMARY OF THE FINDINGS: Safety depends on the interaction of family habits, cultural patterns and surroundings. Contextual pediatrics sees the child, the family, and the community as a continuum; health diagnosis (sequential observation of problems and assets) is one of its cornerstones. Changing intrapersonal factors for injuries requires the use of both passive and active strategies. Family and cultural risk factors for injury: home overcrowding, moving, poverty, and young, illiterate and unemployed parents. The main neighborhood factors: material deprivation and traffic. Cultural factors: illiteracy, unsafe products, lack of mass transportation, handguns, workplaces without safety rules, faulty community organization, lack of communication between social sectors, inadequate legislation, low priority for safety among government actions, lack of economic resources, and low academic commitment with the field of safety. CONCLUSIONS: The pediatrician's roles include strengthening of the longitudinal relationship with families, integrated interdisciplinary work, constructive intervention, partnership with community, counseling on injury risks pertaining to each developmental stage, by using lists with explicit processes and contents, and by handing out written materials. Active advocacy for safety promotion in different environments, besides the clinical setting.