Resumo: O artigo é efeito de análises da dimensão dialógica do ato de avaliar a partir da perspectiva de produção mútua: do que (ou de quem) avalia e o que (ou quem) é avaliado e, assim, apresenta reflexões acerca da indissociabilidade entre direitos humanos e avaliação psicológica, fundamentada na discussão crítica que, historicamente, aponta para a necessidade de sua contextualização e da concepção desta enquanto processo. Julga-se importante afirmar a inseparabilidade entre as dimensões política e epistemológica do conhecimento e o modo como tal posicionamento produz diferentes métodos, objetivos e práticas e, assim, aponta-se para uma forma de intervenção que se afasta das lógicas de individualização, desde a formulação e validação dos instrumentos até o contexto de aplicação e análise, afirmando a análise das demandas e de implicações como pressuposto. Como resultado, o estudo proporcionou o entendimento de que o exercício de direitos humanos junto ao processo de avaliação psicológica deve fazer-se presente e efetivo não somente na construção de seus instrumentos e em seus requisitos técnicos, como também em sua manipulação e aplicação, ou seja, na postura ético-política de quem executa a avaliação, levando-se em consideração que a subjetividade dos brasileiros é também (e principalmente) produzida pelos processos históricos de desigualdade e violência, efeitos de quatrocentos anos de colonização e escravização.
Abstract: The current article aimed to analyze the dialogical dimension of the assessment act from the mutual production perspective: what (or who) evaluates and what (or who) is evaluated and, therefore, presents reflections on the inseparability between human rights and psychological assessment, based on the critical discussion that, historically, points to the necessity of its contextualization and the understanding of this concept as a process. We find it important to affirm that the inseparability between the political and epistemological dimensions of knowledge produces different methods, objectives and practices and, therefore, points to a form of intervention that goes to a different direction from the logics of individualization, including the formulation and validation of instruments and the context of application and analysis, affirming the analysis of the demands and implications as a presupposition. As a result, the study provided the understanding that the exercise of human rights along with the process of psychological assessment should be present and effective not only in the construction of its instruments and technical requirements, but also in its manipulation and application – in other words, in the ethical-political stance of those who carry out the assessment, taking into consideration that the subjectivity of Brazilians is also (and mainly) produced by historical processes of inequality and violence, effects of four hundred years of colonization and enslavement.
Resumen: El artículo es efecto de análisis de la dimensión dialógica del acto de evaluar a partir de la perspectiva de producción mutua: de lo que (o de quien) evalúa y lo que (o quién) es evaluado y, así, presenta reflexiones acerca de la inseparabilidad entre derechos humanos y evaluación psicológica, fundamentada en la discusión crítica que, históricamente, apunta a la necesidad de su contextualización y de la concepción de ésta en cuanto proceso. Se considera importante afirmar la inseparabilidad entre las dimensiones política y epistemológica del conocimiento y el modo como tal posicionamiento produce diferentes métodos, objetivos y prácticas y, por lo tanto, se apunta a una forma de intervención que se aparta de las lógicas de individualización, incluyendo la formulación y la validación de los instrumentos hasta el contexto de aplicación y análisis, afirmando el análisis de las demandas y de la implicación como presupuesto. Como resultado, el estudio proporcionó el entendimiento de que el ejercicio de derechos humanos junto al proceso de evaluación psicológica debe hacerse presente y efectivo no sólo en la construcción de sus instrumentos y en sus requisitos técnicos, sino también en su manipulación y aplicación, o en la postura ético-política de quien ejecuta la evaluación, teniendo en cuenta que la subjetividad de los brasileños es también (y principalmente) producida por los procesos históricos de desigualdad y violencia, efectos de cuatrocientos años de colonización y esclavización.