RESUMO Neste trabalho, articulamos um debate crítico entre Butler, Foucault e Laplanche para pensar a constituição do sujeito a partir das categorias centrais utilizadas por esses pensadores: o gênero, a sexualidade e o sexual. Primeiro, desenvolvemos a ideia de jogos libidinais de poder: os jogos de poder foucaultianos não se sustentam sem um suporte libidinal subjetivo. Em seguida, após introduzir as leiturasde Butler e Laplanche, tentamos abrir caminho para uma releitura laplancheana sobre um mal-estar na teoria butleriana da performatividade de gênero. Para isso, aproximamos a performatividade, como repetição citacional de uma norma sem fundamento ontológico, aos conceitos laplancheanos de código tradutivos e mensagens enigmáticas. Como pano de fundo do debate, concebemos que a verdade recalcada dos arranjos normativos de gênero é o sexual, que desafia as tentativas de cristalizar, de forma clara e distinta, o binário tradicional homem-mulher. Do ponto de vista da constituição do sujeito, concluímos apontando a possibilidade de pensar em tratamentos menos mortíferos e menos rígidos para opulsional.
ABSTRACT In this study, we articulate a debate between Butler, Foucault, and Laplanche to think the constitution of the subject through central categories used by these thinkers: gender, sexuality, and the sexual. First, we develop the notion of libidinal games of power, in that power games only sustain themselves with a libidinal subjective support. Then, after introducing Butler’s and Laplanche’s theories, we sought to open the way for a Laplanchean re-reading of Butler’s theory of gender performativity. Thus, we approximate performativity, as the citational repetition of a norm that has no ontological status, to the Laplanchean concepts of translational codes and enigmatic messages. As the background of this debate, we conceive the repressed truth of normative arrangements of gender as the sexual, which defies the attempts to crystalize, in a clear and distinct way, the traditional binary man-woman. From the point of view of the subject’s constitution, we conclude by pointing the possibility of thinking about less-deathly and less-rigid treatments for the drive.
RESUMEN En este estudio, articulamos un debate entre Butler, Foucault y Laplanche para pensar la constitución del sujeto a partir de las categorías centrales utilizadas por esos pensadores: el género, la sexualidad, lo sexual. Primero, desarrollamos la idea de juegos libidinales de poder: los juegos de poder foucaultianos no se sustentan sin un suporte libidinal subjetivo. Después de introducir las teorías de Butler y Laplanche, intentamos abrir camino a una relectura laplancheana de la teoría butleriana de la performatividad de género. Para eso, acercamos la performatividad, como repetición citacional de una norma sin estatuto ontológico, a los conceptos laplancheanos de mensajes enigmáticos y códigos traductivos. Como paño de fondo del debate, concebimos la verdad recalcada de arreglos normativos de género como siendo lo sexual, que desafía los intentos de cristalizar, de una forma clara y distinta, el binario tradicional hombre-mujer. Del punto de vista de la constitución del sujeto, concluimos apuntando la posibilidad de pensar en tratamientos menos mortíferos y menos rígidos para lo pulsional.