Resumo: As especificações conceituais são importantes para identificação dos atributos que compõem um fenômeno político, mas é a operacionalização que permite a mensuração empírica. De modo a entender as implicações práticas de abordagens teóricas sobre o poder e como elas se traduzem em aferições com diferentes leituras da realidade, este trabalho discute versões de um indicador de poder regional sul-americano, o Relevance Index for South American Politics (RISAmP). A partir das perspectivas (I) material, que considera o poder como a posse de recursos, e (II) relacional, que compreende o poder como um fenômeno político e social relativo, foi possível conceber variações dos elementos duros e brandos, e suas aplicações relativas e brutas, gerando efeitos objetivos na construção de um indicador unificado que avalia a performance dos países no período 1990-2018. O desafio superado foi o de minimizar as discrepâncias apresentadas pelo Brasil e equilibrar as variáveis para que o indicador final correspondesse ao que se observa nas relações interestatais da América do Sul. Espera-se que os termos aqui apresentados possam ser aproveitados, adequados, ou sirvam como estímulo para estudos que busquem coesão entre conceitos e instrumentos de medição, entre a teoria e a prática.
Abstract: Conceptual specifications are important for identifying the attributes that make up a political phenomenon, but it is mensuration that allows for empirical operationalization. To understand the practical implications of theoretical approaches of power and how they translate into measurements with different readings of reality, this paper discusses versions of a South American regional power indicator, the Relevance Index for South American Politics (RISAmP). Departing from the (I) material perspective, which considers power as the possession of resources, or the (II) relational perspective, which understands power as a political and social and relative phenomenon, we conceptualize variation in the hard and soft elements of state power, along with their relative and gross applications. These changes contributed to the construction of a unified indicator that assesses the performance of countries in the period 1990-2018. The challenge was to minimize the discrepancies presented by Brazil and to balance the variables so that the final indicator corresponds to observed interstate relations in South America. We hope that the terms presented here can be used and adapted, or can encourage further studies that attempt to build cohesion between concepts and measurement instruments, and between theory and practice.