A Leishmaniose Tegumentar Americana (LTA) é uma doença causada por protozoários do gênero Leishmania, transmitida ao homem pela picada de mosquitos flebotomíneos (Ordem Diptera; Família Psychodidae; Sub-Família Phlebotominae). No Brasil existem atualmente 6 espécies de Leishmania responsáveis pela doença humana, e mais de 200 espécies de flebotomíneos implicados em sua transmissão. Trata-se de uma doença que acompanha o homem desde tempos remotos e que tem apresentado, nos últimos 20 anos, um aumento do número de casos e ampliação de sua ocorrência geográfica, sendo encontrada atualmente em todos os Estados brasileiros, sob diferentes perfis epidemiológicos. Estima-se que, entre 1985 e 2003, ocorreram 523.975 casos autóctones, a sua maior parte nas regiões Nordeste e Norte do Brasil. Neste estudo, são discutidos aspectos relacionados ao tratamento e ao controle dessa doença, assim como também as dificuldades para a implementação dessas medidas. São apontadas alternativas que passam pela estruturação dos serviços de saúde, com respeito ao diagnóstico, no desenvolvimento de drogas de aplicação tópica ou por via oral, no desenvolvimento de vacinas, no controle diferenciado de vetores e no aprofundamento de estudos relacionados à biologia celular do parasita.
American Cutaneous Leishmaniasis (ACL) is an infectious disease transmitted by the bite of phlebotomines mosquitos (Order Diptera: Family Psychodidae: Sub-Family Phlebotominae) and caused by protozoa from the genus Leishmania (ROSS 1903). In Brazil, there are six different species of Leishmania and more than 200 different species of phlebotomines. It's a disease that has been afflicting human beings for many centuries, and in Brazil, in the past two decades, there has been an important increase in the number of cases and also in its geographical distribution. Presently, ACL cases are registered in all Brazilian states under three different epidemiological profiles (sylvatic, sylvatic-modified and periurban). Between 1985 and 2003, 523,975 cases were registered, mainly in the northeast and north of the country, although the north has the highest incidence rate. In this study, aspects related to difficulties in treatment and transmission control, and new strategies to approach the disease are discussed. Alternatives such as the development of new drugs (topical and oral routes), the implementation of diagnostic methods in public health services, differentiated transmission control based on the 3 different epidemiological profiles and basic research on the molecular biology of the parasite are pointed out.