Este trabalho investiga os efeitos da incerteza sobre a atividade econômica no Brasil. Para isso, são construídas diversas proxies que buscam capturar o nível de incerteza vigente na economia brasileira (incerteza doméstica) e em vários de seus principais parceiros comerciais (incerteza externa). Em seguida, são estimados diversos modelos de vetores autorregressivos (VAR) estruturais, tal como proposto por Baker, Bloom & Davis (2016). As funções de resposta ao impulso sugerem efeitos contracionistas significativos da incerteza sobre a atividade, em particular sobre o investimento. Além disso, as estimativas indicam que os efeitos da incerteza doméstica são mais acentuados do que os da incerteza externa. Pode-se afirmar, portanto, que os níveis de incerteza vigentes no Brasil desde as eleições presidenciais de 2014 representam importante fator por trás da recessão subsequente. Estima-se que caso não houvesse a expansão de incerteza doméstica observada a partir do segundo semestre de 2014, a produção industrial em 2015 teria sido, em média, entre 0,9% e 3,9% maior, dependendo da variável proxy de incerteza utilizada. No caso do IBC-Br, este teria sido entre 0,4% e 1,3% maior. Os resultados encontrados são robustos para diversas alterações no modelo.
In this paper we investigate the uncertainty effects on Brazilian economic activity. To this purpose, we construct several proxies to capture the uncertaintylevels ofBrazilian economy (domestic uncertainty) and of its main trading partners (external uncertainty). Next, we estimate structural vector autoregressions (SVARs) models, as proposed by Baker, Bloom & Davis (2016). The impulse response functions suggest significant contractionary effects of the uncertainty on activity, mainly on investment. Our estimates also suggest that domestic uncertainty effects are more pronounced than the external ones. It can be said, therefore, that the uncertainty levels prevailing in Brazil since the presidential elections of 2014 represent an important factor behind the subsequent recession. We estimate that if there had been no expansion of the domestic uncertainty observed from the second half of 2014, industrial production in 2015 would have been, on average, between 0.9% and 3.9% higher, depending on the uncertainty proxy variable used. In the case ofIBC-Br, this would have been between 0.4% and 1.3% higher. Our results are robust considering several changes in the model.