CONTEXTUALIZAÇÃO: Caminhar em superfícies instáveis perturba a estabilidade corporal, e estratégias eficientes devem ser utilizadas para evitar quedas. Objetivo: Identificar alterações da marcha relacionadas ao envelhecimento durante a caminhada em superfície instável. MÉTODO: Oito idosos jovens sadios (GIJ, idade média, 68,6 anos) e oito idosos muito idosos sadios (GMI, idade média, 82,1 anos) foram avaliados. Ambos os grupos realizaram o Teste Timed Up and Go (TUG) e andaram sobre uma superfície rígida e uma complacente, enquanto dados cinemáticos foram registrados. RESULTADOS: O GMI levou mais tempo para completar o TUG quando comparado ao GIJ (F1,14=5,18; p=0,04). A velocidade, o comprimento do passo e o deslocamento vertical do pé foram similares entre os grupos, e ambos foram mais lentos (F1,14=5,64; p=0.03) ao andar sobre a superfície complacente. A amplitude de movimento do joelho e do quadril no plano sagital (F1,14=191,9; p<0,001 e F1,14=36,4, p<0,001, respectivamente) aumentaram na superfície complacente, mas nenhuma diferença entre os grupos foi encontrada. O deslocamento do tronco superior no plano frontal foi similar entre os grupos (F1,14=2,43; p=0,14) e condições (F1,14=1,15; p=0,3). O GMI teve maior deslocamento do segmento da pelve no plano frontal do que o GIJ (F1,14=4,9; p=0,04), principalmente na superfície complacente. CONCLUSÃO: Indivíduos muito idosos são mais lentos no TUG e apresentam maior deslocamento do segmento pélvico na superfície complacente. Tarefas e/ou ambientes mais desafiadores deveriam ser usados para avaliação da marcha e intervenção em idosos com risco de quedas.
BACKGROUND: Walking across unstable surfaces disturbs normal stability and efficient strategies must be used to avoid falls. This study identified age-related changes in gait during unstable surface walking. METHOD: Eight healthy younger-old adults (YOG, mean age, 68.6 years) and eight healthy older-old adults (OOG, mean age, 82.1 years) were assessed. Both groups performed the Timed Up and Go Test (TUG) and walked on a rigid and on a compliant surface while kinematic data were obtained. RESULTS: The OOG needed more time to complete the TUG test compared to YOG (F1,14=5.18; p=0.04). The gait speed, stride length and vertical displacement of the foot were similar for both groups, but they were slower (F1,14=5.64; p=0.03) when walking on the compliant surface. The knee and hip range of motion on the sagittal plane (F1,14=191.9; p<0.001 and F1,14=36.4, p<0,001, respectively) increased on the complaint surface but no group effect was found. The displacement of upper trunk on the frontal plane was similar between groups (F1,14=2.43; p=0.14) and conditions (F1,14=1.15; p=0.3). The OOG had greater displacement of the pelvic segment on the frontal plane than the YOG (F1,14=4.9; p=0.04) mainly for the complaint surface. CONCLUSIONS: Older-old individuals have slower TUG test and greater displacement of the pelvic segment on a compliant surface. More challenging tasks and/or environment should be used for gait assessment and intervention of older adults with risk of falls.