O artigo descreve a configuração do campo científico no Brasil caracterizando as comunidades científicas em cada grande área do conhecimento em termos de sua capacidade instalada, capacidade de formação de novos pesquisadores e capacidade de produção acadêmica. São utilizados dados empíricos de diferentes fontes de informação para a caracterização das diferentes comunidades. Articulando as contribuições teóricas de Pierre Bourdieu, Ludwik Fleck e Thomas Kuhn são analisados os seguintes tipos de capital de cada comunidade: capital social (prestígio científico), capital simbólico (paradigma dominante), capital político (liderança na política de C&T) e capital econômico (recursos). O prestígio científico é analisado levando em conta o volume de produção, o índice de atividade, as citações e outros indicadores. Para a caracterização do capital simbólico são analisados teoricamente os paradigmas dominantes que distinguem as ciências naturais, as humanidades, as ciências aplicadas e o desenvolvimento da tecnologia. O capital político é medido pela presidência por uma das principais agências do sistema nacional de C&T e o capital econômico é determinado pelos recursos para pesquisa e concessão de bolsas. O artigo discute a composição destes diferentes tipos de capitais bem como suas correspondências com as capacidades estruturantes das diversas comunidades visando descrever a configuração do campo científico brasileiro.
This article describes the configuration of the scientific field in Brazil, characterizing the scientific communities in every major area of knowledge in terms of installed capacity, ability to train new researchers, and capacity for academic production. Empirical data from several sources of information are used to characterize the different communities. Articulating the theoretical contributions of Pierre Bourdieu, Ludwik Fleck, and Thomas Kuhn, the following types of capital are analyzed for each community: social capital (scientific prestige), symbolic capital (dominant paradigm), political capital (leadership in S & T policy), and economic capital (resources). Scientific prestige is analyzed by taking into account the volume of production, activity index, citations, and other indicators. To characterize symbolic capital, the dominant paradigms that distinguish the natural sciences, the humanities, applied sciences, and technology development are analyzed theoretically. Political capital is measured by presidency in one of the main agencies in the S & T national system, and research resources and fellowships define the economic capital. The article discusses the composition of these different types of capital and their correspondence to structural capacities in various communities with the aim of describing the configuration of the Brazilian scientific field.