Abstract Introduction: The use of prognostic markers to decide the most appropriate therapies to perform in each case is assumed as one of the pillars of the approach to the patient with squamous cell carcinoma (SCC) of the hypopharynx and larynx. In addition to the clinical and pathological stage determined by the classification system TNM, there is evidence that the tumor-related systemic inflammatory response (SIR) has implications for tumor aggressiveness and progression. However, its value as an independent prognostic factor remains ambiguous. Aims: To analyze the tumor SIR, its perioperative dynamic changes and after adjuvant treatment and its prognostic value in patients with SCC of the larynx and hypopharynx undergoing total pharyngolaryngectomy. Methods: Retrospective analysis of clinicopathological data of patients undergoing total pharyngolaryngectomy between January 2013 and December 2018 in a tertiary-level hospital. SIR was assessed using the following parameters: lymphocyte-monocyte ratio (LMR), platelets-lymphocyte ratio (PLR), neutrophil-lymphocyte ratio (NLR) and systemic immuno-inflammatory index (SII). Kaplan-Meier analysis and Cox regression were used to analyze survival outcomes and associated risks. Results: 59 patients were included in the study, with a mean age of 59.2 years. The mean follow-up time was 49.2 months. Preoperative PLR was the best predictor of overall survival (OS) at 5 years (area under the curve (AUC) 0.796, p<0.005). The optimal cutoff value was determined for each inflammatory parameter analyzed preoperatively, postoperatively and after adjuvant treatment (LMR: 2.6, 2.8 and 2.2, respectively; PLR: 125.0, 162.6 and 57.2, respectively; NLR: 2.3, respectively; 2.3, 2.8 and 3.9, respectively; SSI: 931.4, 732.8 and 931.43, respectively). Multivariate survival analysis showed that OS and distant metastasis-free survival (MFS) were statistically lower in patients with preoperative PLR >125.0 (HR 4.39, p<0.005 and HR 17.65, p <0.005, respectively). There was a significant decrease in SIR after complete treatment with surgery with or without adjuvant chemoradiation. However, the pattern of parameters variation with treatments had no influence on OS or MFS. Patients with preoperative LPR >125.0 tend to have higher NLR and SII (p<0.005), although these did not prove to be independent predictors of survival. Conclusions: A high preoperative PLR was significantly associated with worse OS and MFS in patients undergoing total pharyngolaryngectomy. Still, the use of this marker in our current clinical practice to predict postoperative outcomes must be performed in a critical way.
Resumo Introdução: A utilização de marcadores de prognóstico para delinear as estratégias terapêuticas mais adequadas a cada caso (cirurgia, quimioradioterapia e/ou radioterapia) assume-se como um dos pilares da abordagem ao doente com carcinoma espinocelular (CEC) da hipofaringe e laringe. Para além dos estadio clínico e patológico determinado pelo TNM, já há evidência que a resposta inflamatória sistémica (RIS) relacionada com o tumor tem implicações na agressividade e progressão tumoral. No entanto, o seu valor como fator de prognóstico independente ainda continua ambíguo. Objetivos: Analisar a RIS tumoral, a sua variação dinâmica perioperatória e após tratamento adjuvante e o seu valor prognóstico em doentes com CEC da laringe e hipofaringe submetidos a faringolaringectomia total. Material e Métodos: Análise retrospetiva dos dados clinico-patológicos dos doentes submetidos a faringolaringectomia total entre janeiro de 2013 e dezembro de 2018 num hospital de nível terciário. A RIS foi avaliada utilizando os seguintes parâmetros: rácios linfócitos-monócitos (RLM), plaquetas-linfócitos (RPL), neutrófilos-linfócitos (RNL) e índice imuno-inflamatório sistémico (IIS). Foram utilizadas a análise de Kaplan-Meier e regressão de Cox para analisar os resultados de sobrevivência e riscos associados. Resultados: Foram incluídos 59 doentes no estudo, com uma média de idades de 59.2 anos. O tempo médio de seguimento dos doentes foi de 49.2 meses. O RPL pré-operatório foi o melhor preditor da sobrevivência global (SG) a 5 anos (area under the curve (AUC) 0.796, p<0.005). Determinou-se o valor de cutoff ótimo para cada parâmetro inflamatório analisado no período pré-operatório, pós-operatório e após tratamento adjuvante (RLM: 2.6, 2.8 e 2.2, respetivamente; RPL: 125.0, 162.6 e 57.2, respetivamente; RNL: 2.3, 2.8 e 3.9, respetivamente; IIS: 931.4, 732.8 e 931.43, respetivamente). A análise de sobrevivência multivariada ajustada para possíveis fatores de confundimento evidenciou que a SG e a sobrevivência livre de metastização à distância (SLM) foi estatisticamente inferior nos doentes com RPL pré-operatório >125.0 (HR 4.39, p<0.005 e HR 17.65, p<0.005, respetivamente). Verificou-se um decréscimo significativo da RIS após tratamento completo com cirurgia com ou sem quimioradioterapia adjuvante. No entanto, o padrão de variação dos parâmetros com o tratamento instituído não teve influência na SG ou SLM. Os doentes com RPL pré-operatória >125.0 tendem a apresentar RNL e IIS mais elevados (p<0.005), embora estes não evidenciaram ser fatores preditivos independentes de sobrevivência. Conclusões: Um elevado RPL pré-operatório foi significativamente associado a pior SG e SLM em doentes submetidos a faringolaringectomia total. Ainda assim, a utilização deste marcador na nossa prática clínica para prever os resultados pós-operatórios deve ser realizada de forma crítica.